Produto
interno bruto de São
Tome e Príncipe
com crescimento lento -
BAD

02.05.2024 -
SO
Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD)
prevê que o Produto
Interno Bruto (PIB) de
São Tomé e Príncipe
cresça 1,2% este ano e
2,1% em 2025, mas com "perspetiva
incerta" de médio prazo.
O relatório do BAD sobre
perspetivas económicas
africanas para 2024,
apresentado hoje em
Nairobi, justifica essa
incerteza face ao
"impacto combinado de
choques externos e
fraquezas estruturais".
Refere igualmente que a
"economia deverá crescer
lentamente, 1,2% em 2024
e 2,1% em 2025",
enquanto a inflação
mantém "a tendência
crescente", atingindo os
16,1% em 2024, embora
com a previsão de queda
para 7,2% no próximo
ano.
O défice fiscal de São
Tomé e Príncipe, segundo
o BAD, deverá diminuir
para 3,3% do PIB em 2024
e 2,9% em 2025, enquanto
a conta corrente também
deverá manter a
tendência crescente,
para 11,4% do PIB em
2024, mas caindo para 9%
em 2025.
"Os riscos de médio
prazo para o crescimento
incluem a fraca
capacidade empresarial,
fornecimento de energia
por vezes instável e
falta de investimento em
infraestruturas
comerciais essenciais",
aponta o documento,
apresentado durante os
encontros anuais do BAD,
que decorrem na capital
do Quénia até
sexta-feira.
Recordando que o Governo
de São Tomé e Príncipe
está a negociar um
programa de assistência
com o Fundo Monetário
Internacional, o
documento também aponta
que o crescimento
económico do arquipélago
já foi ligeiro em 2022,
de 0,1% em 2022, para
0,5% em 2023."O
crescimento lento
deveu-se principalmente
ao impacto prolongado de
interrupções de energia
na economia, agravada
pela invasão russa da
Ucrânia, que levou ao
aumento dos preços dos
alimentos e do petróleo
no mundo", lê-se.
Como resultado de
"receitas baixas e
despesas elevadas", o
BAD refere que "o país
continua a enfrentar um
défice fiscal
estrutural", financiado
"principalmente através
de subvenções e
empréstimos de parceiros
multilaterais e
bilaterais".
"O país enfrenta um
grande desafio para
garantir a sua segurança
energética e alimentar.
Como resultado, as
reservas internacionais
líquidas sofreram um
declínio acentuado, de
29,9 milhões de dólares
[27,6 milhões de euros]
em 2021 para 0,51 milhão
de dólares [471 mil
euros] em dezembro 2023,
cobrindo menos de um mês
de importações,
incluindo combustível",
lê-se.
A economia de São Tomé e
Príncipe, refere ainda o
BAD, "sofre de uma
limitada base produtiva
que dificulta a
diversificação económica
e reduz a resiliência do
país".Em 2022, os
serviços contribuíram
com a maior parcela do
PIB de São Tomé e
Príncipe, com 81,5%, e
"existem apenas algumas
empresas industriais de
médio porte" no país,
que se concentram no
cacau, bebidas, baunilha
e transformação de
madeira.
"O fluxo de investimento
é insuficiente para
satisfazer todas as
necessidades do país em
infraestruturas", admite
o BAD, acrescentando que
são necessários cerca de
5.000 milhões de dólares
[4.617 milhões de euros]
nos próximos cinco anos,
para resolver essas
dificuldades. O Grupo
Banco Africano de
Desenvolvimento é a
principal instituição
africana de
financiamento do
desenvolvimento e
reúne-se em Nairobi até
sexta-feira para
debater.
"A
Transformação de África,
o Grupo Banco Africano
de Desenvolvimento e a
Reforma da Arquitetura
Financeira Global",
prevendo a presença de
3.000 participantes,
entre políticos,
governantes, economistas
e especialistas de
várias áreas, de todo o
mundo.
Estes encontros incluem
a 59.ª Reunião Anual do
Conselho de Governadores
do Banco Africano de
Desenvolvimento e a 50.ª
Reunião do Conselho de
Governadores do Fundo
Africano de
Desenvolvimento,
decorrendo no Centro
Internacional de
Conferências Kenyatta,
em Nairobi.
O Grupo BAD conta com 81
Estados-membros, entre
53 países africanos e 28
países fora do
continente, incluindo
Portugal e Brasil. PVJ
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