PM são-tomense defende
revisão do
acordo ortográfico da
CPLP

07.05.2024 -
O primeiro-ministro
são-tomense defendeu
hoje a revisão do acordo
ortográfico da
Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
para tornar a língua
portuguesa mais
simplificada e dinâmica
e para integrar novas
oriundas da diversidade
cultural lusófona.
Questionado pela Lusa
sobre a necessidade de
rectificações ao Acordo
Ortográfico de 1990,
defendida pela
Assembleia Parlamentar
da CPLP, por constatar
que o documento
“continua a gerar muita
controvérsia e confusão”
nos Estados membros da
organização lusófona,
Patrice Trovoada
sublinhou que a “língua
é dinâmica” e que “é
normal que se faça
algumas correcções”.
O primeiro-ministro
são-tomense falava à
margem do acto solene de
comemoração do Dia
Mundial da Língua
Portuguesa e da Cultura
da CPLP defendeu ainda
que “tem sido bem
acolhido pelos jovens”
deve ser ratificado
pelos Estados membros da
CPLP.
“A língua que é a
semente que nos reúne
todos e que é a base que
nós devemos desenvolver
é a língua portuguesa,
só que ela tem que
acompanhar o mundo, ela
tem que ser dinâmica,
ela tem que se adaptar,
ela tem que ser
simplificada, [ser] de
maior facilidade de
acesso e nessa dinâmica,
acho que sim, temos
todos que ratificar,
temos que corrigir e
temos sempre que ter em
mente que a língua só
pode evoluir com a
contribuição de todos
porque no fundo é o
património de nós
todos”, referiu o chefe
do Governo são-tomense.
“A evolução é
fundamental, a
simplificação é
fundamental e sabemos
que não vamos parar por
aí. Daqui há mais alguns
anos teremos que fazer
adaptação, teremos que
integrar palavras que
são oriundas também
dessa diversidade que
nós temos para
assumi-las como sendo
palavras portuguesas,
então é preciso ver as
coisas de maneira
dinâmica”, acrescentou o
primeiro-ministro
são-tomense.
Patrice Trovoada
adiantou que os novos
manuais escolares de São
Tomé e Príncipe que
estão em fase de revisão
já terão em conta o
acordo ortográfico, mas
considerou que por se
tratar de um
investimento, o
fundamental é a forma
como tudo tem que estar
suportado “para permitir
as adaptações” porque “a
revisão custa muito
dinheiro”, mas a
tecnologia vai ajudar a
acertar os paços quanto
a isso, ma sé preciso
fazer a adaptação “o
mais rapidamente
possível”.
A reunião da Assembleia
Parlamentar da
Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (AP-CPLP),
que decorreu na capital
angolana em Abril,
deliberou “em consenso
que há necessidade de
fazer rectificações ao
Acordo para que o mesmo
possa ser ratificado
proximamente”.
Na ocasião o presidente
da Comissão 3 – Língua,
Educação, Ciência e
Cultura da (AP-CPLP),
Paulo de Carvalho,
admitiu que quanto mais
cedo se fizerem as
rectificações “mais cedo
os executivos e
parlamentos dos Estados
que ainda não
ratificaram vão
fazê-lo”.
Unificar normas
ortográficas a nível do
bloco lusófono estão
entre os principais
propósitos deste tratado
internacional assinado
há 33 anos e que tarda
em ser ratificado por
todos os países da CPLP,
que levantam questões de
natureza sociocultural
dos respectivos
povos.Angola, Brasil,
Cabo Verde,
Guiné-Bissau,
Guiné-Equatorial,
Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste são os nove
países que compõem a
CPLP.
Expresso da Ilhas
