PM são-tomense avisa
professores que "três
semanas
é
demasiado" e pede fim da
greve

22.03.2024 -
O
primeiro-ministro
são-tomense advertiu
hoje os professores que
"três semanas é
demasiado" e pediu o fim
da greve que paralisa as
escolas do arquipélago,
deixando cerca de 80 mil
crianças sem aulas.
"A greve
é um direito, mas é
preciso saber acabar as
greves e três semanas já
é tempo demasiado, e nós
temos que acabar com a
greve", disse Patrice
Trovoada."Nós estamos
abertos, nós estamos a
sofrer por ver os pais e
os miúdos nessa
situação, mas eles são
são-tomenses também,
conhecem a realidade do
país.
Vamos
acabar essa greve",
referiu ainda o
primeiro-ministro
são-tomense. A greve
geral dos professores
teve início nas
primeiras horas do dia
01 de março e paralisou
todas as escolas do
arquipélago, do ensino
pré-escolar ao
secundário, para exigir
o aumento do salário
base de 2.500 para 10
mil dobras, cerca de 100
para 400 euros, sendo
este o único ponto ainda
sem acordo, segundo o
primeiro-ministro.
"A
questão do salário de
base de 10 mil dobras,
não é possível",
insistiu o
primeiro-ministro,
referindo que o salário
base do
primeiro-ministro é
9.700 dobras e cerca de
7 mil dobras para os
ministros.
No
entanto, Patrice
Trovoada assegurou que
os subsídios de natal e
de férias que serão
pagos a partir deste ano
permitirão um aumento de
rendimento dos
professores do
pré-escolar, primeiro
ciclo do básico e ensino
secundário, entre 15,9%
a quase 40%, sem incluir
a regularização das
carreiras, numa altura
em que a inflação se
situa em 16%."Ao nível
dos rendimentos estamos
a fazer um esforço que
toda a gente tem que
reconhecer e não passar
imagem para os pais que
o Governo não está a
fazer nada", apelou
Patrice Trovoada.
Por outro
lado, assegurou que está
em curso o processo de
reforma da administração
pública que implicará
também a revisão da
grelha salarial da
função pública e alertou
que não pode aumentar a
massa salarial para
garantir a
possibilidade, mais
tarde, de assinar o
acordo com o Fundo
Monetário Internacional
(FMI)."Nós não podemos
mexer muito nas contas,
o Orçamento está
fechado", precisou o
primeiro-ministro.
O
primeiro-ministro exigiu
melhor desempenho dos
gestores e funcionários
das empresas públicas
que "não entregam
dinheiro ao cofre do
Estado", mas "têm
salário muito mais
superior que toda a
gente, incluindo o
Presidente da República,
e o
primeiro-ministro"."Temos
que falar claro: aqui
não é nenhuma vaca que
toda a gente vem
espremer para tirar o
leite. A vaca já não tem
leite", advertiu o chefe
do Governo são-tomense.
O
primeiro-ministro reagiu
também às declarações do
secretário-geral da
Organização Nacional dos
Trabalhadores de São
Tomé e Príncipe (ONT-STP),
João Tavares, que pediu
a intervenção do
Presidente da República,
Carlos Vila Nova, para
por fim à greve na maior
empresa privada do país,
a Agripalma, que dura há
mais de um mês, acusando
o Governo de não agir.
Patrice
Trovoada reafirmou que o
Governo não pode
intervir neste processo,
mas já reconheceu as
reivindicações dos
trabalhadores e apelou à
direção da empresa para
flexibilizar as suas
posições."Eu até saí do
lugar de mediador [...],
eu disse que a Agripalma
deveria fazer mais
[pelos trabalhadores]",
disse Patrice Trovoada.
O primeiro-ministro
são-tomense falava após
o lançamento da primeira
pedra para a
reabilitação de escolas
no distrito de Lobata.
JYAF // MLL
