Patrice Trovoada
reeleito presidente da
ADI ameaça retirar
cargos a militantes na
administração
19.02.2024 -
O primeiro-ministro
são-tomense foi hoje
reeleito por aclamação
presidente da Ação
Democrática Independente
(ADI) e pediu mais
trabalho aos militantes
do partido para a
aplicação da nova
estratégia partidária de
desenvolvimento do
arquipélago, sob pena de
perderem cargos. Patrice
Trovoada foi o único
candidato ao congresso
do partido, com os
mesmos dois
vice-presidentes, a
presidente da Assembleia
Nacional, Celmira
Sacramento, e o deputado
Orlando da Mata.
“A partir de hoje, vocês
deram-me mais algumas
vitaminas para continuar
o trabalho, que não é
pouco, para continuar a
agir, para continuar a
corrigir, para
continuar, sobretudo, a
abraçar, a apoiar, a
chamar aqueles do ADI ou
fora do ADI que querem,
como eu, a única coisa
[que é] o bem do povo
são-tomense”, disse
Patrice Trovoada na sua
mensagem, no final do
quarto congresso da ADI.
Durante o congresso,
Trovoada apresentou a
nova moção de estratégia
do partido (2024-2026),
que considerou
“fundamental para que o
ADI possa vencer as
próximas eleições” de
2026, e para vencer uma
parte dos problemas “com
os quais a população de
São Tomé e Príncipe lida
e sofre já há muitos
anos”. “Essa moção
estratégia só pode ter
sucesso se houver uma
mudança de mentalidade,
começando primeiramente
dentro de casa [ADI]”,
sublinhou, referindo que
isso implica dar
prioridade ao que chamou
de “NTS – novo tipo de
são-tomense” com “novas
atitudes, novos
comportamentos, sempre
em torno da unidade, da
disciplina e do
trabalho”.
Segundo Patrice Trovoada
a moção baseia-se em
dois instrumentos
designados por
“plataformas”,
nomeadamente “de
aceleração do
crescimento económico” e
a “plataforma de
consciencialização
social pela inclusão e
para a paz social”. “Nós
não conseguimos crescer
e desenvolver o país se
não houver paz social, e
a paz social não
acontece se não houver
diálogo e inclusão”,
disse Patrice Trovoada
que quer mudança de
mentalidade e
comportamento de topo
até a base, “sobretudo a
nível da direção do
partido”. “Na base da
moção estratégica deram
poder ao presidente do
partido para corrigir o
que não está bem, então
eu vou corrigir […]
temos que mudar […] se
alguns de entre nós
forem sancionados, não
queixam e não vão à
procura de dividir o
partido.
Eu tenho a plena
consciência de que
alguns – eu diria um
número significativo de
entre nós -, se não
mudarem de comportamento
naqueles setores em que
eles têm
responsabilidade, eu
irei mudá-los”, advertiu
Patrice Trovoada. “Que
fique claro, eu só devo
ao povo, eu só devo aos
militantes de base do
partido”, precisou o
líder da ADI. Patrice
Trovoada refirmou que o
partido é a solução para
os problemas de São Tomé
e Príncipe, mas alertou
que “não haverá solução
sem trabalho e sem o
engajamento de todos”.
E considerando que “o
ADI tem a
responsabilidade no
Governo”, irá “basear-se
nos resultados” e
“promover e reconhecer o
mérito”. “Se não houver
alguém do ADI para fazer
trabalho vamos buscar
qualquer são-tomense
disponível para fazer o
trabalho para o bem de
São Tomé e Príncipe […].
O momento em que se
encontra São Tomé e
Príncipe é
suficientemente grave
para termos o
engajamento de todos.
Quem não quiser fazer a
caminhada connosco que
deixe os outros
avançarem”, apelou o
também primeiro-ministro
são-tomense. Patrice
Trovoada garantiu que o
partido está unido e
deve estar atento para
“solucionar os problemas
de São Tomé e Príncipe”,
uma vez que o país “está
numa situação muito
complicada”, “tem
desafios sérios”, mas
que podem ser
resolvidos. “Eu sinto
que vamos resolver esses
problemas, mas não posso
correr o risco de
continuar com o peso
morto comigo”, disse
Patrice Trovoada.
Desde 2010 que a Ação
Democrática Independente
(ADI) é o maior partido
de São Tomé e Príncipe,
tendo vencido as
eleições de 2022 com
maioria absoluta, o que
permitiu a presença de
30 deputados que apoiam
o Governo no parlamento
de 55 elementos. O
partido vai reunir o seu
Conselho Nacional no
próximo mês para a
eleição do
secretário-geral, cargo
que esta vago desde
dezembro de 2022. Lusa