“Os próximos dois anos
serão decisivos para
projectar a
CPLP no cenário
internacional” – Maria
Cardoso

24/11/2025
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Diretora-geral da
Cooperação Internacional
da Guiné-Bissau e actual
ponto focal da CPLP,
Maria Cardoso, partilhou
um pouco do seu percurso
profissional e aborda os
desafios do país na
presidência da CPLP.
Maria Domingas Pinto
Cardoso representa uma
nova geração de
diplomatas guineenses
comprometidos com a
integração lusófona e o
reposicionamento
internacional do país.
Nesta entrevista à
FORBES ÁFRICA LUSÓFONA,
partilha a sua visão
sobre os desafios da
presidência guineense da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP),
a importância
estratégica do português
como instrumento de
mobilidade e
desenvolvimento, e o
papel transformador das
mulheres e da juventude
na diplomacia
contemporânea.
Como avalia a utilidade
e praticidade da língua
portuguesa na
Guiné-Bissau, uma vez
que, mesmo sendo a
língua oficial, continua
a não ser a língua de
comunicação?
A língua portuguesa,
embora não seja ainda a
língua de comunicação
mais usada no quotidiano
da maioria da população,
continua a ser o
instrumento de
integração internacional
da Guiné-Bissau. O facto
de o crioulo guineense
ser predominante no
dia-a-dia, não diminui a
importância do
português, mas revela o
caráter multilingue e
multicultural do país.
O desafio é reforçar
políticas educativas e
culturais que aproximem
cada vez mais o
português da população,
sem nunca desvalorizar a
riqueza das línguas
nacionais.
A realidade linguística
da Guiné-Bissau é
marcada por uma grande
diversidade e riqueza
cultural. O crioulo é a
língua mais falada no
dia-a-dia e funciona
como um veículo de
comunicação nacional e
de identidade coletiva.
O português, embora seja
a língua oficial e a
língua de ensino formal,
não alcançou ainda a
mesma difusão social, em
parte devido a factores
históricos, sociais e
estruturais.
por Kadidja Pinto
