08.09.2021
- Todos
temos de
fazer um
esforço para
elevar os
padrões
éticos e
recuperar os
valores
morais do
exercício de
cargos
públicos
para que os
cidadãos
redescubram
a nobre Arte
da Política.
É
indiscutível
que os
Parlamentos
e
consequentemente
as
instituições
democráticas
de muitos
países vivem
tempos de
crise de
credibilidade
e são alvo
de
contestação,
num tempo em
que, para o
bem e para o
mal, os
políticos
são,
diariamente,
escrutinados
nas suas
decisões e
comportamentos
pela
comunicação
social e
pelos
cidadãos.
Assiste-se a
um
descrédito
da política
e dos
políticos e
o vírus da
descrença
instalou-se
nas nossas
Sociedades.
Este é o
terreno
fértil de
onde emergem
e crescem os
populismos e
os
extremismos,
que
progressivamente
vão minando
a confiança
dos cidadãos
nas nossas
instituições.
Todos
conhecemos
as razões
desta crise
das
Democracias,
mas hoje o
mais
importante é
saber como
reganhar a
dignidade e
o prestígio
das suas
instituições
e como
voltar a
merecer o
voto e a
esperança
dos
cidadãos. A
Democracia
não pode
reduzir-se
ao ritual
das
eleições; os
cidadãos não
podem
decidir
apenas nos
actos
eleitorais;
o
desenvolvimento
não pode
chegar
apenas aos
mais fortes,
ou aos que
falam mais
alto; o
crescimento
e a riqueza
não podem
ficar
concentrados
nas mãos de
poucos.
Precisamos
de
responsabilidade
política.
Ninguém está
acima da lei
e o exemplo
tem de vir
de cima. Não
se pode
pedir aos
cidadãos o
cumprimento
de deveres,
quando
alguns
políticos
são os
primeiros a
desrespeitá-los.
Não se pode
exigir aos
cidadãos que
acatem as
leis quando
alguns
políticos
teimam em
não as
cumprir!
Mas também
temos de
combater
esta ideia
feita de que
os políticos
são todos
iguais, não
só porque
não é
verdade,
como também
por ser bom
lembrar que
os políticos
não são uma
casta que se
cria por si
própria, mas
antes uma
emanação da
Sociedade.
Sem falsos
moralismos,
mas com a
consciência
de que é
necessário
agir
rapidamente,
temos de
recuperar a
ética e a
integridade
no exercício
de cargos
políticos e
introduzir
uma nova
responsabilidade
na Política
para todos.
Precisamos
de encurtar
distâncias
entre
eleitos e
eleitores,
encontrando
novos
mecanismos
de
participação
dos cidadãos
na vida
colectiva.
Temos de
recuperar o
Mérito e a
Competência
na Política,
elegendo e
nomeando os
melhores
para os
cargos de
gestão da
rés pública
(coisa do
povo ou
coisa
pública). O
poder e os
partidos não
são um fim
em si mesmo,
mas um meio
de realizar
o Bem Comum
nas nossas
comunidades.
Se a
Democracia
Representativa
é um bem
inestimável,
a Democracia
Participativa
é um caminho
a percorrer
para
reganhar a
confiança
dos cidadãos
nos órgãos
que
elegeram.
Precisamos
de falar
verdade às
pessoas, de
só prometer
aquilo que
se pode
cumprir, já
que a falta
de palavra é
um dos
motivos que
lança mais
descrédito
sobre os
agentes
políticos.
Temos de ser
claros e
corajosos:
não há
dinheiro
para fazer
tudo aquilo
que é
necessário e
quando assim
é há que
elencar
prioridades
e
estabelecer
compromissos.
Temos de ter
políticas
equitativas
que reponham
a justiça
social,
tratando
diferenciadamente
aquilo que é
desigual.
Os
igualitarismos
e as
subsidiodependências,
sem olhar a
quem se
dirigem, são
fonte
inesgotável
de
injustiças e
de
desigualdades.
Precisamos
de
fortalecer
as
Instituições
democráticas,
acentuando,
tanto quanto
possível, os
poderes de
competência
política dos
Parlamentos
e de
fiscalização
dos
Governos, no
respeito
pela sagrada
separação de
poderes.
Temos a
certeza de
que quanto
mais forte
for esse
escrutínio,
maior será o
prestígio
dos
Deputados e
melhor será
a acção dos
Executivos.
Os cidadãos
têm de
sentir que
os Políticos
e os
Deputados
que elegem
têm como sua
primeira
missão
respeitar o
compromisso
com quem os
elegeu e só
depois serem
leais ao
partido ao
qual
pertencem.
O confronto
de posições
é salutar, o
pluralismo é
a riqueza da
Democracia,
mas há
matérias que
exigem de
todos nós
concertação
e união,
quando está
em causa o
superior
interesse
regional e
nacional. Os
Parlamentos
têm de ser
capazes de
demonstrar a
utilidade do
seu trabalho
e de saber
comunicar
como o seu
trabalho
pode
influenciar
e melhorar a
vida
concreta das
pessoas,
sobretudo
nestes
tempos em
que muitos
cidadãos,
famílias e
empresas
passam por
sacrifícios
e privações
inimagináveis.
Este é,
porventura,
o tempo de
relembrar e
recuperar os
princípios
basilares da
Democracia e
da
Liberdade,
para emendar
erros,
regenerar a
política,
combater o
politicamente
correcto,
impedir o
pensamento
único e
saber lidar
com a
revolução
digital e a
comunicação
descontrolada.
As
governações
pelas
sondagens, a
gestão
pública
realizada
pelas
opiniões
emitidas nas
redes
sociais, ou
a política
feita em
função do
que gostamos
podem ser
muito
apetecíveis
e populares,
mas não são
de certeza o
caminho mais
correcto
para fazer o
que tem de
ser feito,
com coragem
e sem
preconceitos.
Numa altura
em que a
democracia
clássica
parece ter
dado lugar à
democracia
digital, não
podemos cair
na tentação
de seguir
tendências
ou modas que
constituem
grandes
perigos, e
que
acabariam
sempre por
ter elevados
custos no
futuro, já
que as
notícias
falsas e a
difamação
campeiam no
espaço
digital.
É por isso
que é tão
importante o
Estado e as
suas
instituições
apoiarem a
comunicação
social de
referência,
quer a
pública quer
a privada,
que foi
sempre ao
longo da
História um
garante do
pluralismo e
um pilar
fundamental
do regime
democrático.
Não se trata
de
estabelecer
condicionamentos
ou impor
censuras às
redes
sociais; o
que se
pretende é
ter órgãos
de imprensa,
rádio e
televisão de
qualidade e
respeitadores
da ética e
da
deontologia,
que sejam
capazes de
fazer frente
à
desinformação
das redes,
fazendo
jornalismo
responsável
e formativo,
e com isso
esclarecendo
os cidadãos
e impedindo
o avanço de
vanguardas
populistas e
radicais.
O que se
exige é uma
comunicação
política
directa,
frontal e
consistente
que não
tenha
receios da
mediação do
jornalismo
independente
e de
qualidade na
sua relação
com o povo.
Todos temos
de fazer um
esforço para
elevar os
padrões
éticos e
recuperar os
valores
morais do
exercício de
cargos
públicos
para que os
cidadãos
possam
redescobrir
a nobre Arte
da Política.
Por: Adrião
Simões
Ferreira da
Cunha
Estaticista
Oficial
Aposentado,
Antigo
Vice-Presidente
do Instituto
Nacional de
Estatística
de Portugal
Diário de São Tomé
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