Covid-19: São Tomé e
Príncipe está no fim da
fase aguda da pandemia –
OMS

28.08.2020 -
São Tomé e Príncipe
entrou no "fim da fase
aguda da pandemia" de
covid-19, sendo agora
necessário reforçar
estratégias de
"consolidação" destes
resultados, disse à Lusa
a representante no país
da Organização Mundial
da Saúde (OMS).
“Estamos no fim da fase
aguda da epidemia,
estamos a entrar numa
fase de consolidação,
por isso, estamos a
reforçar algumas
estratégias que nos vão
permitir tentar parar a
epidemia e aproveitamos
também para reforçar o
sistema que poderá nos
permitir responder com
eficácia uma próxima vez
que tivermos uma
epidemia ou uma outra
emergência no país”,
afirmou Anne Marie Ancia.
Nas últimas 48 horas, em
109 testes realizados,
não se registou qualquer
caso positivo do novo
coronavírus, mantendo-se
as infeções acumuladas
em 892 e 15 vítimas
mortais. Apenas um caso
positivo foi registado
no sábado.
A OMS defende, por isso,
a estratégia de “busca
ativa” como “melhor
solução para aproveitar
os recursos disponíveis”
de luta contra a doença.
“Neste momento, estamos
a trabalhar com o
Ministério da Saúde no
desenvolvimento de uma
estratégia de busca
ativa de casos de
covid-19 na comunidade.
Para nós é a melhor
forma de usar os
recursos limitados
disponíveis para lutar
contra a covid-19”,
sublinhou a responsável.
O Governo são-tomense
anunciou o arranque, no
dia 17 deste mês, na
ilha do Príncipe, de
testes maciços para
determinar “o estado
epidemiológico da
população”, iniciativa
que até hoje não se
concretizou. A decisão
saiu do último encontro
dos órgãos de soberania,
no qual o Presidente
são-tomense, Evaristo
Carvalho, defendeu que
era necessário
“identificar as pessoas
que podem contaminar
outras” com a infeção do
novo coronavírus.
Desde o início da
pandemia, a Organização
Mundial da Saúde já
apoiou o país com
materiais, equipamentos
e consumíveis no valor
superior a um milhão de
dólares e promete
“estender esse apoio até
o fim da pandemia”. Para
a OMS, a doença “vai
continuar no país e
passar para uma situação
endémica”, estando, por
isso, a trabalhar com o
Ministério da Saúde para
se passar a uma
“situação controlada”.
A organização receia o
surgimento de uma
segunda vaga da covid-19
no arquipélago, por
considerar que os
cidadãos estão a
“relaxar demasiado” nas
medidas de prevenção.
“Acho que há elementos
que nos dizem que pode
haver, sobretudo porque
a população está a
relaxar demasiado nas
medidas de proteção e o
vírus ainda está no
país. Cada dia
identificamos um ou dois
casos, o que significa
que o vírus ainda está
na comunidade, e as
pessoas não estão a
respeitar isso” explicou
Anne Marie Ancia.
A responsável
lamentou a falta de
cuidado dos cidadãos:
“Não estão a colocar as
mascáras, não estão a
observar o
distanciamento social e
isso pode fazer com que
o vírus possa circular
mais uma vez nas
comunidades”, sublinhou,
reconhecendo que “sem a
participação da
população, o Governo não
vai conseguir parar a
epidemia”.
Por isso, todo o esforço
está virado para o
rastreio nas comunidades
onde os agentes de saúde
e os voluntários
trabalham para
identificar casos
suspeitos de covid-19.
Para a OMS, todo o
sistema montado “está a
funcionar em pleno”,
designadamente o
laboratório para testes
e o hospital de
campanha.
Anne Marie Ancia
anunciou a chegada, na
semana passada, de um
extrator automático e
materiais de laboratório
fornecidos pelo
Instituto Marquez de
Valle Flor, assim como
outros materiais também
de laboratório, cuja
chegada a São Tomé está
prevista para a próxima
semana. “Agora é muito
mais importante fazer um
trabalho na comunidade,
retomar a sensibilização
das populações, para
quebrar a cadeia de
transmissão da doença”,
concluiu a representante
em São Tomé da OMS.
Fonte: Lusa