Primeiro-ministro diz
que nepotismo, vícios e
corrupção
mancham a Justiça
são-tomense"

04.03.2025 - Américo
Ramos, que discursava na
cerimónia de abertura do
"Mês da Justiça",
referiu que este setor
tem impactado
"negativamente na vida
da população", por isso
defendeu que este mês
deve servir para
"debater
descomplexadamente os
problemas que afligem a
Justiça".
O chefe do Governo
são-tomense defendeu que
"é preciso que a Justiça
traga para a sociedade
alguma credibilidade,
porque, infelizmente, a
atuação da Justiça tem
feito com que a
população não acredite"
nela.
"O nepotismo, os vícios,
a corrupção, têm
manchado a nossa
Justiça", disse Américo
Ramos, que apontou
outras problemáticas que
"devem estar no centro
da atenção e dos debates
que ocorrerão durante
este Mês da Justiça",
nomeadamente a violência
doméstica e a violação
de menores que "têm sido
um flagelo" na sociedade
são-tomense.
"O Governo que eu tenho
a honra de liderar tudo
fará para que nós
possamos realmente
inverter essa imagem
negativa que a sociedade
tem da Justiça",
prometeu Américo Ramos.
O chefe do Governo
também deixou o repto
para "despartidarizar a
Justiça, para que São
Tomé e Príncipe seja
visto como um país de
facto democrático e
livre de qualquer tipo
de ações que possam
manchar" a sociedade.
O primeiro-ministro
disse ser "uma das
vítimas", por ter estado
em prisão preventiva
durante três meses em
2019, num processo
conduzido pela Polícia
Judiciária contra o
Ministério Público, que
veio a arquivar o
processo permitindo a
sua libertação.
A ministra da Justiça,
Assuntos Parlamentares e
Direitos da Mulher, Vera
Cravid, interveio na
cerimónia para anunciar
que, durante o mês de
março, serão realizados
debates sobre acesso à
Justiça, "que ainda
enfrenta dificuldades no
país", a violência
sexual contra crianças e
adolescentes, a
violência doméstica, a
violência contra pessoas
idosas, feiras
distritais e regional,
jogos desportivos.
"Esforços significativos
têm sido evidenciados
para aprimorar o sistema
de Justiça, buscando
torná-la mais acessível
e eficiente, alinhado
aos princípios
democráticos e aos
direitos humanos", disse
Vera Cravid.
A ministra são-tomense
adiantou que além de
assinalar o "mês da
Justiça", as atividades
do mês de março também
assinalam o "Mês da
Mulher" para "reconhecer
e valorizar o
envolvimento das
mulheres em todos os
setores da sociedade,
incluindo no sistema da
Justiça, na construção
de um Estado de direito
democrático mais
inclusivo".por:content_author:
Lusa
