Moradores que vão ser
despejados em Loures
convidam autarca para
almoço

26.02.2025 - Os
moradores que poderão
ser despejados de
habitações precárias e
ilegais na sexta-feira,
no concelho de Loures,
convidaram hoje o
presidente da Câmara
para um almoço, com
intuito de discutir
alternativas
habitacionais, divulgou
o movimento Vida Justa.
Em causa está a retirada
de 99 pessoas que vivem
em 15 casas
autoconstruídas e em
nove apartamentos num
bairro clandestino da
freguesia de Santa Iria
da Azóia, em Loures, no
distrito de Lisboa.
A retirada destas
pessoas esteve prevista
para o início de
dezembro do ano passado,
mas a Câmara de Loures
aceitou adiar o prazo
para 28 de fevereiro,
após um pedido do
embaixador de São Tomé e
Príncipe, que tem vindo
a intermediar este
processo.
A três dias do fim do
prazo, a associação Vida
Justa, que tem
acompanhado este caso e
apoiado os moradores,
divulgou a existência de
um convite endereçado ao
presidente da Câmara
Municipal de Loures,
Ricardo Leão (PS), e à
vice-presidente, Sónia
Paixão, para um almoço a
realizar na sexta-feira
no bairro."Os moradores
organizaram-se e
convidaram o presidente
e a vice-presidente. É
um almoço feito por eles
para poderem discutir a
situação de uma solução
para o seu despejo, sem
alternativa de
habitação. O almoço será
calulu, prato típico
santomense", referiu à
agência Lusa Gonçalo
Filipe, da Vida Justa.
O convite endereçado aos
autarcas de Loures é
feito numa carta onde
estes moradores apelam a
que se parem os despejos
e as demolições
previstas até que haja
uma alternativa
habitacional para todos.
"Pedimos às vossas
excelências que parem os
despejos e demolições
sem alternativas
habitacionais e que se
sentem à mesa connosco
para trabalharmos em
conjunto numa nova forma
de resolver o problema.
As casas estão muito
caras, nós não temos
forma de pagar uma renda
que nos permita
continuar a trabalhar
nos nossos empregos",
lê-se na missiva a que a
Lusa teve acesso.
Segundo a associação
Vida Justa, entre os
moradores que vão ser
despejados estão 21
crianças, quatro pessoas
doentes e uma mulher
grávida.A agência Lusa
tentou sem sucesso saber
junto da Câmara de
Loures se o convite para
o almoço foi aceite.
Relativamente a este
processo, a fonte da
autarquia remeteu para
declarações anteriores
que dão conta do
"empenho" da Câmara de
Loures para ajudar estas
famílias a encontrar uma
alternativa habitacional
no mercado privado de
arrendamento. Lusa
