União Africana presidida
por um país
lusófono "é um orgulho"
-- PR São Tomé
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18.02.2025 - O
Presidente de São Tomé e
Príncipe congratulou-se
com a presidência
de Angola à frente da
União Africana,
considerando que ter um
país lusófono a liderar
a organização "é um
orgulho".
Carlos Vila Nova falava
aos jornalistas à margem
da 38.ª cimeira da União
Africana, que decorreu em Adis Abeba, capital da
Etiópia, onde esta
sediada esta organização
de 55 Estados-membros.
O dia ficou marcado
com a passagem da
presidência rotativa
para Angola, pela
primeira vez, e pela
eleição do novo líder da
comissão que dirige a
União Africana a nível
continental, o ministro
dos Negócios
Estrangeiros do Djibuti,
em substituição de
Moussa Faki que termina
o seu mandato de quatro
anos,
Sobre a presidência
angolana da União
Africana, Carlos Vila
Nova diz ser "um motivo
de orgulho" e de
"alegria" por ser a
primeira vez que um país
lusófono ocupa o
lugar."Eu felicitei esta
manhã o Presidente João
Lourenço quando
estivemos a conversar e
desejei-lhe muita boa
sorte, podia contar
connosco", disse,
salientando que São Tomé
e Príncipe vai apoiar
Angola "para ter um bom
mandato à frente da
União Africana"Vila Nova
lembrou que São Tomé e
Príncipe ocupa agora a
presidência rotativa da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP),
o que poderá trazer
ainda mais vantagens.
Congratulou-se também
com a eleição do
presidente e do
vice-presidente da
Comissão da União
Africana, admitindo que
o facto de terem sido
necessárias sete rondas
fez "alguma
confusão"."Não estava
muito habituado, acho
que é democracia a
mais", afirmou,
defendendo uma escolha
mais simplificada no
futuro, mantendo o
pendor democrático.
Sobre o tema do
pagamento de reparações
a África pelo domínio
colonial, um dos temas
fortes da cimeira,
defendeu que não deve
haver medos de abordar a
questão, mas "não é um
assunto que se repara
com compensações
financeiras", e sim a
nível do reconhecimento
histórico.
"Então, vamos falar
descomplexadamente sobre
o assunto. A relação que
nos une, os países PALOP,
os países da CPLP, ela é
histórica, ela é
consanguínea. Eu tenho o
apelido Vila Nova, eu
tenho Vilas Novas no
Brasil, no Noroeste de
Portugal, em Espanha,
por todo lado, até há
casas comerciais com o
meu apelido e no meu
país pensam que o
negócio é meu (...).
Este
mundo lusófono é muito
pequeno, ele está muito
entrelaçado e nós temos
de tirar vantagens
disso".
Quanto ao perdão de
dividas como forma de
compensação, considera
que não se justifica e
poderia ser encarado
como "uma forma de fazer
chantagem".Vila Nova
abordou ainda o tema dos
conflitos em África que
"devem merecer uma
atenção muito séria",
com destaque para o
leste da República
Democrática do Congo (RD
Congo).
"Não se pode apoiar
nenhum grupo rebelde, e
quando um Estado, um
país apoia abertamente
um Estado a troco de não
sei o quê, há pessoas
que vão morrer sem
saberem porque estão a
morrer, há pessoas a
saírem das suas casas,
das suas zonas de
residência sem saberem
porquê", criticou,
condenando o conflito
que opõe as forças
governamentais
congolesas ao movimento
M23, apoiado pelo
Ruanda, que já ocupou a
principal cidade da
província do Kivu Norte.
RCR // MAGLusa/fim
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