Corrupção? Cabo Verde é
o país da
CPLP mais bem colocado
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11.02.2025 -
Cabo Verde é o país da
CPLP mais bem colocado e
a Guiné Equatorial com
pior classificação no
Índice de Perceção da
Corrupção (IPC) de 2024
hoje divulgado pela
organização
não-governamental
Transparência
Internacional.
Segundo o relatório - em
que foram avaliados e
posteriormente
classificados 180 países
entre 0 (percecionado
como muito corrupto) e
100 pontos (muito
transparente) -, Cabo
Verde, com 62 pontos, é
a nação com melhor
classificação da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP),
seguida de Portugal, com
57 pontos.
Por sua vez, as
restantes nações tiveram
classificações
negativas: São Tomé e
Príncipe (45),
Timor-Leste (44), Brasil
(34), Angola (32),
Moçambique (25),
Guiné-Bissau (21) e
Guiné Equatorial (13).De
uma forma geral, "mais
de dois terços dos
países [analisados]
tiveram uma pontuação
inferior a 50, em 100",
salientou a
Transparência
Internacional, em
comunicado.
"As democracias plenas
têm um IPC médio de 73,
enquanto as democracias
com falhas têm uma média
de 47 e os regimes não
democráticos apenas 33",
explicou, referindo
ainda que a média global
do índice manteve-se
este ano inalterada, em
43.Assim, os países em
conflito ou com
liberdades altamente
restringidas e
instituições
democráticas fracas
ocupam os últimos
lugares do índice.
O Sudão do Sul (8), a
Somália (9) e a
Venezuela (10) ocupam os
últimos três lugares. A
Síria (12), a Guiné
Equatorial (13), a
Eritreia (13), a Líbia
(13), o Iémen (13),
Nicarágua (14), o Sudão
(15) e a Coreia do Norte
(15) completam a lista
dos países com pior
classificação, enumerou.
Segundo a investigação,
no Norte de África e
Médio Oriente a
corrupção está ligada ao
autoritarismo, apesar de
começarem a surgir
apelos a reformas, e na
África Subsariana as
medidas anticorrupção
são fracas e prejudicam
a luta pela ação
climática. No entanto,
"houve países africanos
que investiram na luta
contra a corrupção e
fizeram progressos
notáveis", acresenta-se
no documento.
De acordo com a
entidade, a corrupção e
a crise climática são
fenómenos "fortemente
interligados" e "para se
combater eficazmente a
crise climática tem de
se colocar a corrupção
no centro do debate
global"."Enquanto
milhares de milhões de
pessoas em todo o mundo
enfrentam as
consequências diárias
das alterações
climáticas, os recursos
para a adaptação e
mitigação continuam a
ser lamentavelmente
inadequados.
A corrupção intensifica
estes desafios,
colocando ameaças
adicionais às
comunidades
vulneráveis",
salientou.Por exemplo,
"a falta de mecanismos
adequados de
transparência e
responsabilização
aumenta o risco de os
fundos climáticos serem
utilizados indevidamente
ou desviados", disse.
Assim, o favorecimento
dos interesses de grupos
restritos, em detrimento
do bem comum, tem
impedido a "adoção das
políticas e medidas
ambiciosas necessárias
para combater as
alterações climáticas",
indicou."A crise da
corrupção é um enorme
obstáculo à resolução da
crise climática",
lamentou.
"À medida que a
corrupção cresce em
escala e complexidade,
mais de dois terços dos
países estão agora
abaixo do ponto médio
[50] do Índice de
Perceção da Corrupção (IPC)
da Transparência
Internacional - com
implicações enormes e
potencialmente
devastadoras para a ação
climática global",
reiterou.
Outra questão é a
corrupção poder
aprofundar a
marginalização das
populações vulneráveis
que sofrem
desproporcionadamente os
efeitos negativos das
alterações climáticas,
frisou."Sem medidas
nacionais sólidas de
combate à corrupção, a
eficácia dos acordos
climáticos globais, como
o Acordo de Paris,
permanece em risco,
comprometendo ainda mais
os esforços para
combater a crise
climática", disse.
"Para melhorar os
resultados ambientais e
sociais da ação
climática, é fundamental
garantir a conceção e a
aplicação inclusivas das
iniciativas climáticas,
assentes na participação
pública", aconselhou. A
Transparência
Internacional é um
movimento global,
sediado em Berlim, que
quer "um mundo livre de
corrupção", explicou.
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