Banco Mundial destaca
São Tomé como
"exemplo de boas
práticas"
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06.02.2025 -
O Governo são-tomense
afastou hoje indícios de
lavagem de dinheiro
russo através de bancos
do arquipélago, e pediu
ao Ministério Público e
polícia judiciária de
São Tomé e Portugal que
investiguem relatados
feitos num canal de
televisão portuguesa.
Governo são-tomense
afasta indícios de
branqueamento de
dinheiro russo e quer
investigação"À partida
não há indícios que
possa ter havido esse
tipo de ações, por isso
nós vamos fazer o nosso
trabalho de
averiguação", disse à
Lusa o ministro de
Estado, Economia e
Finanças de São Tomé e
Príncipe, Gareth
Guadalupe.
Em causa estão
declarações feitas pelo
comentador da SIC José
Milhazes durante o
espaço de comentário
Guerra Fria, na
terça-feira, em que
afirmou que "de forma
muito discreta São Tomé
e Príncipe está a se
transformar num lugar de
branqueamento/lavagem de
dinheiro russo".José
Milhazes referiu-se a
informações publicadas
no Telegram por páginas
russas "bastante bem
informadas".
O comentador referiu que
os bancos russos VTB e
GazpromBank estão a
utilizar dois bancos em
São Tomé - o Banco
Internacional de São
Tomé e Príncipe (BISTP)
e o Banco Equador -,
comprando ações, através
de pessoas de confiança
e de altos executivos,
"para escapar às
sanções" europeias à
Rússia "permitindo
ocultar a presença real
de bancos russos em São
Tomé".
"Há toda uma série de
intermediários, que
ganham grandes
comissões, comissões
chorudas [..] são
principalmente os
dirigentes dos bancos,
os gerentes dos bancos
que estão a ganhar com
este esquema e não os
bancos em si", referiu o
comentador, defendendo
que "a União Europeia
tem que estar atenta a
esta e a outras
violações que são
diariamente denunciadas
pela imprensa
internacional".
São acionistas do BISTP
o Estado são-tomense com
48%, a Caixa Geral de
Depósitos com 27% e o
Banco Angolano de
Investimentos com
25%.Quanto ao Banco
Equador, o ministro de
Estado, Economia e
Finanças de São Tomé e
Príncipe assegurou que
"está comprovadamente
liquidado".
O Governante são-tomense
disse que está em
contacto com as
instituições financeiras
como o Banco Central,
que faz a supervisão
financeira, o Ministério
Público, a Polícia
Judiciária, e também a
Unidade de Informação
Financeira (WIF, na
sigla inglesa) para a
averiguação do assunto.
Gareth Guadalupe
enfatizou que os últimos
relatórios do Grupo de
Ação Financeira
Internacional (GAFI) e
do Grupo
Intergovernamental de
Ação contra o
Branqueamento de
Dinheiro (GIABA) não
indicam que o
arquipélago esteja "tão
mal para que haja esses
tipos de ações", tendo,
no entanto, insistido
que é preciso fazer
"esse trabalho de
averiguação".
Além disso, referiu que
São Tomé e Príncipe tem
em vigor a lei contra o
branqueamento de
capitais e financiamento
ao terrorismo, "que
ainda continua
atualizada para aquilo
que são estes tipos de
ações hoje em dia".
"Nós vamos fazer os
nossos trabalhos de casa
e esperemos que essa
informação seja mais
rapidamente esclarecida
porque nós queremos
continuar a manter a
nossa reputação como um
país de estabilidade
financeira, como um país
de integridade, como um
país de transparência ou
nível do sistema
financeiro", sublinhou
Gareth Guadalupe.
O governante são-tomense
disse esperar "contar
com a ajuda do
Ministério Público de
Portugal e também da PJ
portuguesa" para o
esclarecimento do
assunto.
No entanto, Gareth
Guadalupe adiantou que
se não forem comprovadas
as declarações do
comentador da SIC, "as
medidas terão que ser
tomadas" e "o
prevaricador terá que
ser punido porque está
em causa a imagem do
país e nada está em cima
dos interesses
superiores do Estado de
São Tomé e Príncipe".
JYAF
// ANPLusa/Fim
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