Governo de São Tomé
anula taxas
aeroportuárias
contestadas por
presidente
27.01.2025 -
O novo
Governo são-tomense
anulou hoje a resolução
aprovada pelo executivo
anterior que aumentou as
taxas aeroportuárias
para 220 euros,
contestada pelo
Presidente da República
que vetou a proposta de
decreto sobre a matéria.
Onovo
executivo liderado pelo
primeiro-ministro
Américo Ramos, que foi
empossado no dia 14 de
janeiro, justifica a
anulação da resolução
com "a necessidade de
salvaguardar os
superiores interesses do
Estado são-tomense [...]
e reconhecendo a
importância de uma
abordagem consensual e
equilibrada entre as
partes envolvidas".
A
anulação foi decidida na
segunda reunião do
Conselho de Ministros
realizada na
quinta-feira,
antecipando o prazo de
15 dias que havia sido
fixado na reunião
anterior.Segundo o
comunicado do Conselho
de Ministros, a decisão
foi tomada em
concordância com os
investidores turcos que
assinaram contratos com
o executivo anterior
para a gestão do
aeroporto e uma central
energética.
O
documento sublinha "a
total abertura e
colaboração demonstradas
pelos investidores que,
além de aceitar a
revisão, manifestaram o
interesse em continuar a
parceria estratégica com
o atual Governo,
reforçando a confiança e
a segurança jurídica no
ambiente negocial".
A
resolução aprovada pelo
Governo anterior
liderado pelo
ex-primeiro-ministro
Patrice Trovoada,
demitido no dia 06 de
janeiro, fez subir a
Taxa Reguladora de 18,16
euros para 20 euros, a
Taxa de Segurança, de
4,74 euros para 28
euros, e criou a Taxa de
Desenvolvimento
Aeronáutico no valor de
62 euros, passando a ser
cobradas nos voos de ida
e volta para São Tomé,
num total de 220 euros.
Para as
ligações entre as ilhas
de São Tomé e do
Príncipe as taxas foram
fixadas em 32 euros por
passageiro. A medida foi
adotada contra a vontade
do Presidente
são-tomense, Carlos Vila
Nova, que disse que não
promulgou o decreto
através do qual o
Governo pretendia
introduzir a medida
porque considerou "que
as taxas e os valores aí
expressos eram elevados
e que prejudicariam de
alguma maneira a vida
das pessoas", por isso
estranhou que o
executivo tivesse optado
por avançar através de
uma resolução.
O chefe
de Estado instou o
anterior Governo a
reapreciar a decisão
antes da entrada em
vigar da resolução, mas
o pedido foi ignorado,
por isso, em finais de
dezembro prometeu
"trabalhar para que a
resolução seja
anulada".No entanto,
Carlos Vila Nova,
demitiu o Governo em 06
de janeiro, tendo
alegado entre outras
questões a deslealdade
institucional por parte
do ex-primeiro-ministro.
Todos os
partidos da oposição
também contestaram a
resolução do Governo,
tendo o Movimento Basta,
com dois deputados no
parlamento, introduzido
uma providência cautelar
no Supremo Tribunal de
Justiça nas vestes do
Tribunal Administrativo
para anular o documento
antes da sua entrada em
vigor.
Um grupo
de juristas também
apresentou uma denúncia
ao Ministério Público
pedindo a
responsabilização do
ex-primeiro-ministro
Patrice Trovoada por
prevaricação, pelo
aumentado das taxas
aeroportuárias por
resolução, alterando um
decreto-lei anterior,
enquanto o anterior
executivo pediu um
parecer do Tribunal
Constitucional sobre o
assunto.~Até ao momento
não é conhecida qualquer
decisão da justiça
são-tomense sobre o
assunto.