PR são-tomense pede
governação mais
responsável
e presente face a mais
um ano difícil
01.01.2025 -
O
Presidente são-tomense
pediu hoje uma
"governação mais
responsável e mais
presente", afirmando que
os desafios dos anos
anteriores continuam
"quase todos sem
solução" e o povo
enfrentou "dificuldades
significativas" em 2024,
que foi um "ano
difícil".
"2024 foi
um ano difícil,
complicado para São Tomé
e Príncipe e para a
maioria dos
são-tomenses. Os
desafios que 2023 e os
anos anteriores
carregavam continuam
quase todos eles sem
solução também em 2024.
Somaram-se aos deste ano
e o povo continua a
enfrentar dificuldades
significativas e a
ansiar por dias
melhores", afirmou
Carlos Vila Nova na
mensagem à Nação, por
ocasião do fim do ano.
Para o chefe de Estado
são-tomense, em 2024,
"poucos foram os avanços
dignos de registo, que
se resumem quase
exclusivamente à
melhoria da situação
energética no país", o
recente acordo de cerca
de 24 milhões de dólares
com o Fundo Monetário
Internacional (FMI) "que
poderá abrir também
outras portas para a
injeção de verbas em
forma de apoios
orçamentais" para o
país.
"A
conjuntura económica do
país não conheceu
melhorias significativas
e os problemas sociais
continuam a agravar-se.
As violações e os abusos
sexuais de menores
continuam a registar
índices elevados sem que
a justiça consiga dar
resposta satisfatória ao
problema. A emigração
desregrada agudiza-se,
com todas as
consequências disso
decorrentes, mormente o
nível de desestruturação
familiar, com crianças e
adolescentes sendo
abandonadas à sua
sorte", apontou Carlos
Vila Nova.
"O
desemprego continua a
grassar e os poucos
recursos que o país
dispõe não são
redistribuídos de forma
equitativa, penalizando
sob maneira as classes
mais desfavorecidas",
acrescentou.
Sem
se referir ao
primeiro-ministro
Patrice Trovoada que tem
sido várias criticado
pelas múltiplas viagens
que tem feito desde que
assumiu a governação em
2022, passando por vezes
quase um mês no
exterior, o Presidente
da República apelou para
"uma governação mais
responsável, mais
participada ou menos
solitária, mas sobretudo
mais presente".
"Os
ingentes problemas com
que o país se debate não
são compatíveis com uma
governação feita muitas
vezes à distância, que
descura uma visão
estratégica, holística e
bem delineada das
decisões que se impõem a
adotar", sublinhou o
Presidente da República,
acrescentando que "por
muito bons que sejam os
marinheiros, nada
justifica que o
comandante do barco se
arrogue o direito de se
ausentar deste durante
um lapso temporal que
excede metade da
jornada".
Carlos
Vila Nova admitiu que o
aumento das taxas
aeroportuárias pelo
Governo através de
resolução, após o veto a
proposta de decreto,
"gerou uma tensão entre
os poderes envolvidos",
mas considerou que "tal
tensão não é nada de
extraordinário, nada que
não seja próprio dos
sistemas democráticos".
"Devemos defender
intransigentemente a
paz, a segurança e a
estabilidade e, na
esfera política, como de
resto noutras, devemos
buscar soluções
negociadas dos
diferentes que nos
opõem, o que nem sempre
é possível, mas
perfeitamente normal em
democracia.
O que não
é de todo normal, nem
tolerável, são atropelos
à Constituição e às leis
da República e o não
regular funcionamento
das instituições",
vincou.
JYAF //
TDI Lusa/Fim