OMS destaca "avanços
notáveis" de São
Tomé no combate à
malária

006.08.2025 -
São Tomé e Príncipe
registou duas mortes
relacionadas com malária
nos últimos cinco anos,
anunciou a Organização
Mundial da Saúde (OMS),
que considera que o país
tem feito “avanços
notáveis” no combate à
doença.
Segundo dados da
organização de saúde
pública em África, no
primeiro trimestre de
2025, o país registou
1.293 casos de malária e
nenhuma morte. “A região
autónoma do Príncipe – a
menor das duas ilhas
principais que
constituem São Tomé e
Príncipe – registou
apenas três casos de
malária em março de
2025, em comparação com
nove no mesmo período do
ano anterior”,
acrescentou a agência de
saúde das Nações Unidas
(ONU), citada pela Lusa.
A agência da ONU frisou
que, com base neste
progresso, o Programa
Nacional de Eliminação
da Malária (PNEP),
apoiado por si, “está a
liderar os esforços para
sensibilizar as
comunidades e manter o
foco na superação dos
desafios para eliminar a
malária”.
De acordo com o delegado
regional interino da
região autónoma do
Príncipe, o médico
Wilson Soares, entre
2018 e 2020 não foram
registados casos
autóctones de malária na
região. “Esta conquista
tornou a ilha um foco
central da estratégia de
eliminação da malária
para 2025”, referiu
Soares, citado na nota
de imprensa.
Embora a intensificação
das medidas integradas
de controlo da malária
tenha produzido
resultados positivos,
colocando São Tomé e
Príncipe na iniciativa
E2025 da OMS para a
potencial eliminação em
2025, o recente aumento
dos casos de malária
atrasou o progresso,
lamentou a agência da
ONU. “Em média, foram
registados 15 a 30 casos
por ano. Em 2024, foram
notificados 34 casos”,
citou.Este caminho para
a erradicação traz, de
forma inerente, a perda
da imunidade.
“As pessoas perderam a
imunidade à doença e, se
não forem implementadas
medidas preventivas,
como a pulverização das
casas, a utilização de
redes mosquiteiras
impregnadas e medidas de
higiene e saneamento
ambiental, a doença
surge com mais
intensidade“, explicou a
coordenadora do PNEP, a
médica Didiena Vilhete.
O país, com o apoio da
OMS, desenvolveu um novo
plano para 2023-2027,
que visa alcançar zero
casos autóctones de
malária em Caué e em
cinco outros distritos
de São Tomé, bem como na
região autónoma do
Príncipe até 2027,
referiu a ONU.
Para a chefe de saúde
pública e controlo de
doenças da OMS no país,
Jéssica Veiga Soares,
“este objetivo só pode
ser alcançado reforçando
a vigilância da doença,
implementando uma
estratégia forte de
monitorização e
avaliação, garantindo a
qualidade dos
diagnósticos
laboratoriais,
implementando o
tratamento correto de
todos os casos de
malária e assegurando
intervenções integradas
de controlo de vetores”.
Em consonância com o
compromisso de
eliminação, o Programa
Nacional de Controlo da
Malária foi renomeado
Programa Nacional de
Eliminação da Malária,
“com estratégias
redefinidas centradas em
intervenções
direcionadas e reativas
e marcos
epidemiológicos, a nível
nacional, começando pela
região autónoma do
Príncipe e pelo distrito
de Caué, e alargando-se
posteriormente a outros
distritos”, acrescentou
a OMS.
Esta tem sido também uma
luta do Governo
são-tomense que no
passado dia 02 de agosto,
na sua 18.ª sessão
ordinária, teve como um
dos pontos na agenda, os
“Estudos laboratoriais
sobre mosquitos
geneticamente
modificados”, segundo a
nota de imprensa do
executivo.
“O Conselho de Ministros
orientou o ministro da
Saúde a implementar a
certificação de
biossegurança (…) para
autorizar a continuidade
de estudos em
laboratório fechado, com
vista à inoculação de
moléculas em mosquitos
para uma futura
utilização desses
vetores no combate à
malária”, comunicou o
Governo, em comunicado,
após a sua reunião.
Por:
Netfarma
