Cabo Verde pede esforço
conjunto lusófono
contra desinformação

23.07.2025 -
ARC pretende criar um
centro de verificação de
factos, este ano, em
parceria com a
Universidade de Cabo
Verde (Uni-CV) e
Associação Sindical dos
Jornalistas de Cabo
Verde (AJOC).
Cabo Verde apelou esta
Terça-feira a um esforço
conjunto com países
lusófonos africanos e
Timor-Leste para
actualização das leis e
combater a desinformação
digital, sobretudo nas
eleições, defendendo
respostas rápidas que
fortaleçam a qualidade e
competência da
comunicação social.
“Nós, africanos
lusófonos e Timor Leste,
temos de fazer um grande
investimento junto dos
nossos parlamentos para
alterar o quadro legal e
responder a estes novos
fenómenos que perturbam
a comunicação social
tradicional, obrigando-a
também a melhorar a sua
qualidade e
competência”, afirmou
Arminda Barros,
presidente da Autoridade
Reguladora para a
Comunicação Social (ARC)
de Cabo Verde.
A responsável falava na
cidade da Praia, à
margem de um encontro da
Plataforma de Entidades
Reguladoras da
Comunicação Social (PER),
referindo que na
campanha para as
eleições autárquicas de
dezembro de 2024, em
Cabo Verde, “ficou
provado (…) que houve
desinformação altamente
prejudicial às
candidaturas”, o que
exige uma resposta.
“Muitos países já
investiram muito bem
nessa matéria e vamos
aprender”, acrescentou,
ressalvando que “a
realidade muda
rapidamente”, mas as
leis demoram “muito
tempo” a ser aprovadas.
A ARC pretende criar um
centro de verificação de
factos, este ano, em
parceria com a
Universidade de Cabo
Verde (Uni-CV), a
Associação Sindical dos
Jornalistas de Cabo
Verde (AJOC) e órgãos de
comunicação social do
país, para combater a
desinformação.
“No caso de Portugal, a
situação é diferente,
porque já existe
regulamentação e
diretivas da União
Europeia (UE) que entram
no quadro nacional”,
explicou.Pretende-se que
o centro de verificação
de factos seja uma
entidade independente,
com o objectivo de
promover a literacia
mediática e reforçar a
responsabilidade na
divulgação de notícias.
A proposta inclui a
utilização de
tecnologias avançadas
como inteligência
artificial (IA),
desenvolvidas pelo
escritório conjunto do
Programa das Nações
Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD),
para garantir respostas
rápidas e precisas à
desinformação. Arminda
Barros, citada pela
Lusa, acrescentou que,
anualmente, têm sido
promovidas campanhas de
sensibilização nas
escolas para contribuir
para a literacia
mediática.
