Projeto português em São
Tomé e Príncipe quer
reforçar literacia em
saúde oral

19.07.2025 -
Ministério da Saúde
português financiou
iniciativa. Está
previsto um levantamento
epidemiológico da saúde
oral da população
são-tomense, com a
avaliação clínica de
cerca de 1200 pessoas.
Uma missão portuguesa,
financiada pelo
Ministério da Saúde,
quer reforçar a
literacia em saúde oral
em São Tomé e Príncipe e
recolher dados de 1200
pessoas para influenciar
políticas públicas,
avançou Leonor Marinho,
da Organização
Não-Governamental para o
Desenvolvimento (ONGD)
Mundo a Sorrir.
O projeto "São Tomé and
Príncipe Oral Health –
Prevention and Education
for Health, Phase 1"
(Saúde Oral em São Tomé
e Príncipe - Prevenção e
Educação para a Saúde,
Fase 1) insere-se no
programa "Saúde nos
Junta", da
secretaria-geral do
Ministério da Saúde
português, que financiou
integralmente a missão
com cinco mil euros,
explicou a coordenadora
técnica do Projeto Saúde
a Sorrir São Tomé e
Príncipe, da Organização
Não-Governamental para o
Desenvolvimento (ONGD)
Mundo a Sorrir.
Um dos objetivos desta
missão é a realização de
um levantamento
epidemiológico da saúde
oral da população
são-tomense, com a
avaliação clínica de
cerca de 1200 pessoas em
oito distritos do país,
referiu a responsável,
adiantando que este
projeto resulta de "uma
parceria entre a Egas
Moniz School of Health
and Science e a ONGD
portuguesa Mundo a
Sorrir".
"Queremos contribuir,
por um lado, para a
criação de dados em
saúde oral" e, por
outro, "criar aqui uma
aproximação com países
lusófonos e permitir a
troca de experiências
científicas entre nós e
os estudantes do curso
de saúde oral e dentária
e assim contribuir para
a melhoria da saúde oral
da população
são-tomense", disse a
professora da
universidade portuguesa.
Após a investigação, os
dados serão
disponibilizados ao
Ministério da Saúde de
São Tomé e Príncipe,
"com quem a Mundo a
Sorrir tem um protocolo
de cooperação para o
desenvolvimento de
políticas públicas
baseadas em evidência
científica", frisou. A
iniciativa incluirá,
assim, a formação
teórica e prática dos
estudantes do curso de
saúde oral e dentária do
Instituto Superior de
Ciências da Saúde Victor
Sá Machado (ISCSSM), com
quem os profissionais
portugueses estão a
colaborar diretamente,
sendo que a formação
será presencial entre 30
de agosto e 13 de
setembro. "Durante esse
período vamos dar
algumas aulas
específicas, mais
ligadas à parte de saúde
periodontal, e vamos
acompanhar os alunos no
tratamento de alguns
doentes. Vamos ter dois
dias de tratamentos",
adiantou.
A primeira fase do
projeto começou
oficialmente com a
assinatura do contrato
em 2 de julho, mas os
trabalhos de preparação
decorrem já na
universidade portuguesa.
"Estamos a criar o
programa das aulas e a
definir todas as
condições de trabalho em
São Tomé e Príncipe",
referiu a docente.
Segundo explicou, além
da vertente educativa e
clínica, pretende-se
lançar as bases para uma
colaboração científica
mais duradoura.
"A nossa ambição é
depois continuar o
projeto, [até porque] as
doenças orais são
altamente preveníveis,
mas muito prevalentes
[neste país]. Estão
também ligadas a doenças
crónicas não
transmissíveis como a
diabetes e as
cardiovasculares",
lamentou.
De acordo com a
informação presente no
'site' da
secretaria-geral do
Ministério da Saúde
português, o Programa
"Saúde nos Junta"
pretende contribuir para
o fortalecimento dos
sistemas de saúde -
particularmente nos
Países Africanos de
Língua Oficial
Portuguesa (PALOP) - ao
promover a formação e
capacitação de recursos
humanos, a prestação de
cuidados de saúde
especializados, a
implementação de
intervenções
comunitárias e o
desenvolvimento de
atividades científicas.
