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A demolição das barracas em Loures cria o

dilema moral mais malvado

16.07.2025 - E de repente, o País repara que o estado da nação já tem bairros de barracas nas grandes cidades. Como no século passado. Já nos tínhamos habituado às urgências fechadas como farmácias de serviço, às crianças que nascem nas ambulâncias em trânsito de hospital para hospital, ou não chegam mesmo a nascer. Já sabíamos da falta de casas, dos jovens que não saem da alçada dos pais, da fuga para o estrangeiro à procura de salários dignos.

Aos poucos, fomos reparando que a coesão social se foi degradando com o caos da imigração, e que, passo a passo, isso foi sendo confundido com insegurança, até que se transformou em insegurança real, e em radicalização política.

Fomos surpreendidos com um País quase sem emergência médica, com helicópteros de socorro contratados a empresas sem helicópteros, como a saúde fosse uma anedota. Pensávamos que tínhamos visto tudo, ou pelo menos o suficiente para entendermos a encruzilhada em que nos encontramos.

Mas eis que, na véspera de termos o Parlamento a debater o Estado desta Nação, assistimos ao triste espetáculo de barracas derrubadas com a força bruta, colocando-nos perante o dilema moral mais malvado, que é termos de ser racionais a avaliar o tema, ao mesmo tempo que vemos imagens de famílias condenadas a ficar na rua depois de anos, décadas, talvez, a sonhar com um tecto, mesmo indigno, feito de cartão, tábuas e folhas de zinco. Atenção: as coisas não estão a correr bem.

por: Carlos Rodrigues.

 

 

 

 

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