Representante da ONU
pede mais apoio para São
Tomé enfrentar as
alterações climáticas

08.07.2025 -
O subsecretário-geral da
ONU Jorge Moreira da
Silva afirmou hoje que
“não é justo” que São
Tomé e Príncipe “não
tenha todo apoio
necessário para
enfrentar as alterações
climáticas”, quando
emite apenas 0,01% de
gases com efeito de
estufa.
“Esta é uma verdade que
não pode ser ocultada.
Nós temos de dizer, alto
e bom som, à comunidade
internacional que não é
justo que países como
São Tomé e Príncipe, que
enfrentam esta realidade
das alterações
climáticas, não tenham
todo o apoio que é
necessário”, disse o
subsecretário-geral da
Organização das Nações
Unidas (ONU) Jorge
Moreira da Silva, após
encontro com o
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova em São
Tomé.
Jorge Moreira da Silva
precisou que “São Tomé e
Príncipe emite apenas
0,01% das emissões
globais de gases com
efeito de estufa e é um
dos países que mais está
a enfrentar as
consequências das
alterações climáticas”.
“Os pequenos estados
insulares, no seu total,
representam apenas 1%
das emissões de gases
com efeito de estufa e
enfrentam 2 terços,
portanto 66%, todos os
danos causados pelas
alterações climáticas
[…] e apenas recebem 4%
da ajuda pública ao
desenvolvimento, 2% dos
fundos climáticos e 1%
das finanças
sustentáveis”,
acrescentou. “A
comunidade internacional
não pode falhar a São
Tomé e Príncipe”,
declarou.
Jorge Moreira da Silva
que é também diretor
executivo da Agência das
Nações Unidas para
Serviços de Projetos (UNOPS)
disse que o encontro
“serviu também para
prestar toda a
solidariedade ao povo de
São Tomé e Príncipe com
os desafios que
enfrentam, mas também
reiterar e manifestar” o
apoio total e
disponibilidade total
com a UNOPS para
encontrar “soluções
práticas e concretas,
com projetos concretos”
que o Estado tem e que
está a desenvolver “e
que precisam,
seguramente, de
parcerias”.
O representante da ONU
disse que também
reuniu-se com o
primeiro-ministro
são-tomense, Américo
Ramos e com vários
membros do Governo, com
os quais conversou “em
detalhe sobre os
desafios deste país
extraordinário” onde
existem oportunidades do
desenvolvimento da
economia azul, da
economia verde, da
agricultura sustentável,
do turismo sustentável,
do desenvolvimento da
atividade cultural e
artística.
“Nós sabemos que em
todos estes setores
existe uma dimensão
imprescindível, que é o
tema das infraestruturas.
Não é possível
desenvolver a
agricultura, o turismo,
a economia verde, a
economia azul, as
energias renováveis,
desenvolver a atividade
piscatória sustentável,
desenvolver a produção
sustentável de cacau e
de café, se o tema das
infraestruturas não
estiver resolvido”,
sublinhou.
Jorge Moreira da Silva
reiterou a
disponibilidade da UNOPS
em ajudar São Tomé e
Príncipe com “expertise
técnica de engenharia
para concretização de
projetos em articulação
com o setor privado
local, com os cidadãos,
com os jovens, com todos
os talentos” e fazer
“parceria com o Estado
para desenvolver
oportunidades locais de
criação de emprego a
partir das
infraestruturas”.
O subsecretário-geral da
ONU também ministrou
hoje uma palestra sob o
tem “Consequências das
Alterações Climáticas
nos Países em
Desenvolvimento”,que
decorreu no Centro
Cultural Português em
São Tomé.
