Marcelo vê Moçambique a
"olhar para o futuro"
e anuncia visita de
Chapo a Lisboa

25.06.2025 -
O Presidente da
República Portuguesa
disse hoje ver
Moçambique a "olhar para
o futuro", após a
agitação pós-eleitoral,
comemorando 50 anos de
independência, e
anunciou que receberá o
homólogo moçambicano em
Lisboa em 03 de julho.
"Satisfeito por ver um
país que está a olhar
para o futuro, que olha
para o futuro com um
clima que quer que seja
de desenvolvimento
económico e social, de
desenvolvimento
financeiro, de
progresso, de Justiça e,
portanto, naturalmente,
também de estabilidade
política e
institucional", disse o
Presidente Marcelo
Rebelo de Sousa
questionado pela Lusa, à
chegada a Maputo, sobre
a pacificação que se
vive em Moçambique,
desde março, após cinco
meses de agitação
pós-eleitoral que
provocou cerca de 400
mortos.
O Presidente português
chegou cerca das 19:00
locais (18:00 em Lisboa)
à Base Aérea de Maputo,
onde foi recebido por
membros do Governo
moçambicano e um grupo
de música e dança
tradicional moçambicana.
Marcelo Rebelo de Sousa,
que permanece em Maputo
até quinta-feira, é um
dos mais de 30 chefes de
Estado esperados para a
cerimónia de comemoração
dos 50 anos da
proclamação da
independência de
Moçambique, em 25 de
junho de 1975.
"Particularmente
significativo também que
Moçambique vive um novo
ciclo político e esse
novo ciclo político
significa que, além de
se celebrar os 50 anos,
que é o fundamental,
temos de olhar para o
futuro. E o Presidente
de Moçambique irá à
Europa dentro de dias
(...) e estará, na volta
que dá na Europa, em
Portugal, no dia 03 de
julho, já.
Encontramo-nos amanhã
aqui e encontramo-nos
dia 03 de julho em
Lisboa", disse ainda
Marcelo Rebelo de
Sousa."O que significa
que realmente o mundo
não para, a amizade não
para, a amizade
aprofunda-se, a
cooperação aprofunda-se,
a construção conjunta do
futuro aprofunda-se e
isso é o grande
significado da minha
presença aqui em nome de
todos os portugueses",
acrescentou.
O chefe de Estado
português recordou que
começa em Moçambique
"aquilo que é um ciclo
de 50 anos de
independência dos
Estados irmãos"."Houve
em 2023 a independência
unilateral celebrada no
Estado irmão da
Guiné-Bissau, mas neste
ciclo Moçambique está em
primeiro lugar, a seguir
virá Cabo Verde, depois
São Tomé e Príncipe e
mais tarde Angola. No
caso de Moçambique,
naturalmente que se
juntam vários aspetos
muito importantes. E não
falo do afetivo, que é
óbvio, que é natural,
que já conhecem: eu
costumo dizer, que é a
minha segunda pátria",
afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa
sublinhou ainda que a
cooperação de Portugal
com Moçambique "subiu ao
longo dos 50 anos e
subiu em particular nos
últimos anos"."Vou
salientar, por exemplo,
a cooperação política, a
cooperação militar, a
cooperação sanitária -
tivemos a pandemia pelo
meio -, a cooperação
cultural, a cooperação
económica e financeira,
que é para continuar e
para aprofundar. E tudo
isso é um momento
particularmente
significativo",
reconheceu. Moçambique
celebra quarta-feira os
50 anos de
independência, com a
cerimónia principal, em
Maputo, dirigida pelo
Presidente da República,
Daniel Chapo.
As cerimónias centrais
vão decorrer no
histórico Estádio da
Machava, na capital
moçambicana, local onde
o primeiro Presidente do
país, Samora Machel,
proclamou a
independência às
primeiras horas de 25 de
junho de 1975, após uma
luta contra o regime
colonial português que
começou em 25 de
setembro de 1964.
Além do discurso oficial
do Presidente da
República de Moçambique,
a cerimónia inclui
desfiles militares,
momentos culturais, uma
mensagem dos
representantes dos
cidadãos que completam
50 anos de idade (mesmo
período da
independência) e uma
intervenção do líder do
Podemos, enquanto maior
partido da oposição.
São esperadas pelo menos
40.000 pessoas no
estádio da Machava, que
tem capacidade oficial
para 45.000 pessoas, num
evento marcado também
pela chegada da chama da
unidade, depois de
percorrer todo o país,
desde 07 de abril. A
chama será utilizada
nesse momento, pelo
chefe de Estado, para
acender a pira do
estádio.
PVJ // ANPLusa/Fim
