Emae admite dívida de
dois milhões de euros
à empresa turca Tesla
STP

22.06.2025 -
Deduzido o valor da
dívida que dizem ter,
temos apenas uma dívida
de 2.854.000 euros. Esta
é a dívida que nós
entendemos existir
hoje", admite o
director-geral da Emae,
Raúl Cravid.
A Empresa de Água e
Electricidade (Emae) de
São Tomé e Príncipe
admitiu que deve cerca
de dois milhões de euros
à empresa turca Tesla
STP e alertou prejuízo
ao Estado. “Em relação
às dívidas, pelas nossas
contas, e que felizmente
também coincidem com as
contas do Tribunal de
Contas, eles dizem que o
Estado deve-lhes uma
média de sete milhões de
euros, mais ou menos
coisa. Se nós deduzirmos
os pagamentos feitos,
incluindo uma caução de
1.300.000 euros, que
também foi directamente
à conta da Tesla STP,
dos pagamentos feitos
temos um total de
4.148.000 euros.
Deduzido o valor da
dívida que dizem ter,
temos apenas uma dívida
de 2.854.000 euros. Esta
é a dívida que nós
entendemos existir
hoje”, declarou o
director geral da Emae,
Raúl Cravid.
Numa conferência de
imprensa, o director
geral da empresa estatal
reagiu ao comunicado que
a Tesla STP divulgou, em
que anunciava que ia
interromper as operações
no sector energético do
país a partir de
Quinta-feira, alegando
que o Estado lhe deve
7,5 milhões de euros,
valores actualmente
contrariados pela Emae.
Por outro lado, indicou
que, em Dezembro de
2024, remeteu uma carta
ao Governo alertando
“para algumas situações
menos boas” que
constatou no contrato
assinado com a Tesla
STP, que podem ser
“interpretadas como
lesivas”, tal “como diz
o Tribunal de Contas”.
Segundo Raúl Cravid, a
Emae voltou a remeter
esta mesma carta em
Janeiro de 2025 ao
actual Governo. “Posto
isto, o Tribunal de
Contas fez o seu
trabalho e constatou,
felizmente, as mesmas
coisas que nós já
alertámos aos governos”,
reiterou. Entretanto, o
director-geral explicou
que, a dívida para com a
empresa “já vem de 2023,
por isso não pode ser
uma dívida que se imputa
apenas a este Governo”.
Raúl Cravid esclareceu
ainda que, “além daquilo
que a Tesla STP factura
na base da produção
instalada, e não na
energia efectivamente
produzida e entregue, a
Emae também tem que
entregar combustível à
Tesla STP para poderem
produzir e fornecer
energia”.
“Nisto, devo dizer-vos
que, só em combustível,
a Emae, de Dezembro de
2023 a Abril de 2025,
gastou com a Tesla mais
de 17 milhões de euros”,
lamentou. De acordo a
Lusa, Raúl Cravid disse
compreender que a
suspensão do
fornecimento de energia
é um direito que
“assiste” à Tesla STP.
No entanto, “a Emae será
forçada a fazer uma
racionalização” pelo
menos durante 60 dias
“do fornecimento de
energia, até que se
encontre soluções para
suprir esta carência de
electricidade que pode
efectivamente acontecer
caso a Tesla STP avance
com esta decisão que
anunciaram
publicamente”, lamentou.
