Forças Armadas
são-tomenses “não serão
instrumento de
interesses políticos e
partidários, diz CEMFA

08.09.2025 -
O chefe do Estado Maior
das Forças Armadas
são-tomenses garantiu
hoje que a instituição
não é e não será
"instrumento de
interesses políticos e
partidários” que minaram
a sua estabilidade
interna e estará ao
“serviço exclusivo da
Nação”. “As Forças
Armadas hoje enfrentam
desafios complexos que
exigem mais do que
coragem. Exigem
profissionalismo,
disciplina e
modernização.
O nosso dever é garantir
uma Força Armada eficaz,
respeitadora da
Constituição e ao
serviço exclusivo da
Nação, livre de qualquer
interferência política
ou partidarização que,
infelizmente, durante
anos, enraizou-se nas
estruturas das Forças
Armadas, minando a
confiança pública e a
estabilidade interna”,
declarou João Pedro
Cravid.
O chefe do Estado Maior
das Forças Armadas (CEMFA)
de São Tomé e Príncipe
falava durante o ato
central dos 50 anos das
Forças Armadas que ficou
marcado pelo juramento à
bandeira de mais de 400
novos soldados recrutas
que passaram a integrar
a instituição.
João Pedro Cravid disse
reconhecer “os efeitos
negativos dos sucessivos
intentos de inversão da
ordem constitucional”
que comprometeram o
desenvolvimento
democrático e
prejudicaram a
credibilidade das
instituições nacionais,
por isso reafirmou que
“as Forças Armadas não
são e não serão
instrumento de
interesses políticos e
partidários, mas sim
defensoras da
Constituição e da
República, da
legalidade, da
soberania, da segurança
e da paz social em São
Tomé e Príncipe".
No entanto, o CEMFA
sublinhou que umas
Forças Armadas “modernas
e capazes” dependem de
meios e materiais
adequados, equipamentos
atualizados, tecnologia
emergente,
infraestruturas
funcionais, sistemas de
comunicação seguros e
logística eficaz e
eficiente que exige
“investimento
sustentável por parte do
Estado e parceria
inteligente com países
amigos”.
“Precisamos de militares
bem formados, bem
treinados, física e
intelectualmente, bem
equipados,
disciplinados,
respeitadores da
hierarquia e da cadeia
de comando, éticos no
comportamento e leais à
bandeira que juraram
defender”, declarou.
Os 50 anos das FASTP
foram assinalados numa
altura em que estão por
esclarecer os
acontecimentos de 25 de
novembro de 2022, em que
quatro civis foram
mortos, com sinais de
tortura, quando estavam
sob custódia militar,
após uma tentativa de
Golpe de Estado.
Os militares acusados
pelo Ministério Público
como responsáveis por
aquelas mortes continuam
sem ser julgados e
alguns ocupam altos
cargos nas Forças
Armadas, originando
críticas por parte da
sociedade civil e de
partidos políticos.
O Presidente da
República, Carlos Vila
Nova, que presidiu ao
ato central, defendeu
que “é necessário
reconciliar a nação com
as suas Forças Armadas e
estas com a nação,
agindo a favor das
mulheres e dos homens
que a integram,
fortalecendo-as,
corrigindo falhas e
prevenindo eventuais
abusos”.
“As Forças Armadas têm
de continuar a ser uma
reserva de disciplina,
patriotismo, de entrega,
de obediência, de
respeito pelo próximo,
de comportamento ético e
de defesa de valores
democráticos,
indubitavelmente de
submissão às
instituições
democraticamente eleitas
ou constituídas”,
declarou Carlos Vila
Nova.
O chefe de Estado
defendeu que “é
imperativo” ter
“militares exemplares,
onde o rigor e a
disciplina devem ter
espaço de excelência”,
pois trata-se de uma
instituição “que deve
ser uma verdadeira
escola de valores e de
virtudes”.
JYAF // MLLLusa/Fim
