23.12.2024 –
O Presidente são-tomense
disse hoje que está a
trabalhar para anular uma
resolução do Governo que
aumentou as taxas
aeroportuárias, ignorando o
veto político do chefe de
estado que se diz contra a
medida que considera
"difícil para as pessoas".
"Hoje eu trabalho para a
anulação da resolução. Digo
isso para que todos os
cidadãos saibam: Estou a
trabalhar para anular a
resolução que aplica as
taxas", sublinhou Carlos
Vila Nova.
A resolução aprovada pelo
Governo, contrariando um
veto político do chefe de
Estado, Carlos Vila Nova,
fez subir a Taxa Reguladora
de 18,16 euros para 20
euros, a Taxa de Segurança,
de 4,74 euros para 28 euros,
e criou a Taxa de
Desenvolvimento Aeronáutico
no valor de 62 euros,
passando a ser cobradas nos
voos de ida e volta para São
Tomé, num total de 220
euros.
Para as ligações entre as
ilhas de São Tomé e do
Príncipe as taxas foram
fixadas em 32 euros por
passageiro, que, segundo o
primeiro-ministro
são-tomense, Patrice
Trovoada, representa uma
redução de cerca de 40%.
Os novos valores foram
aplicados contra a vontade
do Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, que disse
que não promulgou o decreto
através do qual o Governo
pretendia introduzir a
medida porque considerou
"que as taxas e os valores
aí expressos eram elevados e
que prejudicariam de alguma
maneira a vida das pessoas",
por isso estranhou que o
executivo tenha optado por
avançar através de uma
resolução.
Carlos Vila Nova instou o
Governo a reapreciar a
decisão e a encontrar
"medidas alternativas para
não encarecer ainda mais a
vida dos cidadãos, nem tão
pouco criar constrangimentos
ao desenvolvimento do
turismo", mas o pedido não
foi atendido e a medida
entrou em vigor em 01 de
dezembro.
"Não há negociação com o
Governo e dentro das minhas
competências eu irei
trabalhar para que a
resolução seja anulada
brevemente", declarou hoje
Carlos Vila Nova, quando
questionado pelos
jornalistas no final da sua
participação na missa em
alusão ao Santo Tomé
Poderoso, padroeiro de São
Tomé e Príncipe.
A Lusa contactou o gabinete
do primeiro-ministro,
Patrice Trovoada, para obter
reação sobre as declarações
do chefe do Governo, mas sem
sucesso.