São Tomé cria fundo
fiduciário para o clima
e quer angariar 1,5 ME
até 2027

23.05.2025 –
São Tomé e Príncipe lançou
hoje o seu primeiro Fundo
Fiduciário, denominado
Ecotela, e quer angariar 1,5
milhões de euros até 2027
para financiamento
sustentável à conservação da
biodiversidade e combate às
alterações climáticas no
arquipélago.
O fundo foi concebido pela
Organização Não
Governamental (ONG) BirdLife
International através da sua
representação em São Tomé e
Príncipe e quer atingir 10
milhões de euros nos
próximos anos, segundo o
representante local da
organização, Agostinho
Fernandes. "Sabemos que este
é um desafio exigente, no
entanto, sabemos também que
São Tomé e Príncipe dispõe
de vantagens estratégicas
incontornáveis que deve
saber aproveitar", referiu,
na apresentação do fundo.
Segundo Fernandes, o fundo
Ecotela é ajustado à
realidade são-tomense,
inspirado nas melhores
práticas internacionais e
apoiará a "conservação da
biodiversidade a longo prazo
com alocação de recursos
para as áreas protegidas e
reservas especiais, e
iniciativas comunitárias",
assim como a integração da
ação climática. Além disso,
promoverá "a mobilização de
fontes financeiras
diversificadas e inovadoras
que garantam estabilidade e
previsibilidade orçamental"
para as questões ambientais.
"O Fundo Ecotela é
inequivocamente um
instrumento estratégico que
poderá marcar uma viragem
histórica na política de
conservação ambiental e
climática do país, ao
assegurar um financiamento
regular, independente dos
ciclos dos projetos e da
generosidade dos habituais
parceiros de cooperação",
afirmou Agostinho Fernandes.
A iniciativa conta com o
apoio técnico da ONG
BirdLife International, em
parceria com o Governo
são-tomense, a União
Europeia, o Fundo Global
para o Meio Ambiente (GEF) e
o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD).
"Mais do que um instrumento
financeiro, o Ecotela é uma
plataforma estratégica de
ação", sublinhou.
O coordenador residente do
Sistema das Nações Unidas em
São Tomé e Príncipe, Eric
Overvest, disse que o fundo
concretiza uma das
recomendações da conferência
internacional sobre
financiamento da
biodiversidade realizada em
março de 2024, na Ilha do
Príncipe, com o apoio das
Nações Unidas, e "posiciona
São Tomé e Príncipe como
exemplo regional na
concessão de soluções
integradas para os desafios
ambientais e climáticos".
A cerimónia do lançamento
oficial do fundo Ecotela foi
presidida pelo Presidente da
República, Carlos Vila Nova,
que enalteceu a importância
deste instrumento para a
sobrevivência da
biodiversidade do
arquipélago.
"Mais do que um mecanismo
financeiro, o Ecotela é uma
aposta concreta na
resiliência climática, na
gestão sustentável dos
nossos recursos naturais e
no reforço das capacidades
locais. Ele será estruturado
com base em princípios de
transparência, equidade,
inclusão e participação,
envolvendo o Governo, as
comunidades, as organizações
da sociedade civil, o setor
privado e os nossos
parceiros internacionais",
considerou o chefe de Estado
são-tomense.
O fundo fiduciário Ecotela
foi lançado no país durante
um fórum de dois dias que
decorreu sob o lema
"Promover a Natureza de São
Tomé e Príncipe para um
Futuro Azul e Verde
Sustentável".Além do Ecotela,
São Tomé e Príncipe tem em
curso a criação de outro
fundo no âmbito do acordo
assinado com Portugal para a
conversão da dívida em
financiamento climático.
JYAF //
MLLLusa/Fim
