Angolano Claúdio da
Silva vence
Prémio de Revelação
Literária

09.05.2025 -
O angolano Claúdio da
Silva foi o grande
vencedor da décima
edição do Prémio de
Revelação Literária
UCCLA-CMLisboa: Novos
Talentos, Novas Obras em
Língua Portuguesa, com o
livro "Boi". O anúncio
ocorreu no dia 5 de maio
- Dia Mundial da Língua
Portuguesa - no Palácio
Galveias, em Lisboa, e
no âmbito do Festival
Literário de Lisboa -
5L.De destacar que o
júri atribuiu, também,
uma menção honrosa à
obra “Depois que Deus
morreu”, uma
novela-ensaio da autoria
de Carla Pereira.
O evento contou com as
intervenções da Diretora
Municipal de Cultura da
Câmara de Lisboa,
Laurentina Pereira, da
Chefe de Divisão da Rede
de Bibliotecas de
Lisboa, Edite Guimarães,
da Secretária-Geral
Adjunta da UCCLA,
Embaixadora Paula Leal
da Silva, e do
coordenador da Cultura
da UCCLA, Rui
Lourido.Rui Lourido fez
um enquadramento do
prémio e deu a conhecer
outras iniciativas
culturais levadas a cabo
pela UCCLA.
Relativamente
ao prémio, deu conta da
abrangência geográfica
do prémio, vencedores
das anteriores edições,
género literário das
participações, entre
outras informações.
Para a Embaixadora Paula
Leal da Silva este
prémio marca a
“solenidade da língua
portuguesa no âmbito do
Festival 5 L” e que vem
ganhando espaço e
reconhecimento mundial.
“O português é uma
língua global e
cultural” e este prémio
representa “o mais
importante em termos de
revelação literária, em
língua portuguesa,
possuindo uma dimensão
internacional alargada e
deveras representativa”
acrescentou. A
fundamentação do júri,
na atribuição dos
vencedores desta edição,
foi destacada pela
Secretária-Geral Adjunta
da UCCLA.
Relativamente à obra
“Boi” “Este objecto não
está à venda. Sinopse:
De longe a melhor
candidatura. Prosa
faceta, consciência
literária, domínio
narrativo,
ficcionalidade e ironia
quanto ao que pode a
literatura – a
portuguesa e a instância
crítica – há muito que
faltava uma prosa assim,
arrancada à melhor
dicção de mestres como
Rúben A., Luiz Pacheco,
Manuel da Silva Ramos.
Exemplo: a abertura do
livro, a dinamitação do
projecto-livro, a
suspeita de que o
literário é um campo
minado”.No que respeita
à obra “Depois que Deus
morreu” é uma “Narrativa
poderosa, intimista e
medidativa, com
personagens, poucas,
cujas linhas de acção
ora parecem acontecer
numa realidade de facto,
ora numa outra realidade
paralela, metafísica,
Depois que Deus Morreu é
um caso feliz de
construção bem montada e
breve de uma narrativa
aguda, nem conto, nem
novela”.Após a leitura
das fundamentações do
júri, a Embaixadora
declarou estar aberta a
11.ª edição do Prémio de
Revelação Literária
UCCLA-CMLisboa.
Apesar de ter
desempenhado vários
trabalhos na área
cultural, é a primeira
vez que Claúdio da Silva
o “transforma em objeto
literário fechado”
referiu. O livro é “uma
espécie de investigação
policial, em busca de um
autor fantasma. “Boi”
porque é um animal
mítico”.
De referir que, no
âmbito da apresentação
dos vencedores do Prémio
de Revelação Literária
UCCLA-CMLisboa, irão
decorrer os seguintes
eventos:- Dia 20 de maio,
às 10 horas, na sede da
CPLP, em Lisboa;- Dia 21
de junho, às 17 horas,
na Feira do Livro de
Lisboa, Auditório Sul,
com o lançamento do
livro Boi.
Biografia dos
vencedores:
Cláudio da Silva,
natural do Huambo,
Angola, nasceu em 1974.
É encenador, dramaturgo
e ator de teatro. Tem
licenciatura em Língua
Portuguesa e Línguas
Estrangeiras Aplicadas e
Bacharelato em Teatro.
Recebeu o prémio SP/RTP
para Melhor Actor de
Cinema pela
interpretação no Filme
do Desassossego de João
Botelho (2011) e o Globo
de Ouro SIC/Caras para
melhor ator de Teatro
pela interpretação em Se
Isto é Um Homem de
Rogério de Carvalho
(2021). É colaborador da
Associação Cultural e
Ecológica
Palettentheater
Kollektiv.
Carla Pereira nasceu em
Braga, Portugal, em
1983. Estudou Filosofia,
disciplina que lecionou
até seguir o caminho do
exercício físico, área
na qual trabalha
atualmente,
maioritariamente com
jovens. Desde sempre que
se maravilha com as
palavras, especialmente
pela capacidade destas
se juntarem umas às
outras, criando outros
mundos. Depois que Deus
morreu foi o seu
primeiro livro.
10.ª edição do Prémio de
Revelação Literária
UCCLA-CMLisboa
A capacidade de atração
do Prémio continua a
expandir-se, abrangendo
participantes de
diversos continentes e
totalizando, nesta
edição, 14 países de
residência, incluindo os
países de língua oficial
portuguesa. Recebemos
obras em língua
portuguesa de África
(Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau e
Moçambique), América
(Brasil), Ásia
(Timor-Leste), Europa
(Alemanha, Bélgica,
Espanha, França, Itália,
Portugal e Suíça) e
Oceânia (Austrália).
Esta edição reuniu 249
candidaturas, sendo que
o Brasil se mantém como
o país com o maior
número de candidaturas,
seguido por Portugal e
Moçambique, reafirmando
a forte participação dos
falantes de português
nestes territórios.
Desde a sua criação, o
Prémio tem-se
consolidado como a
principal iniciativa de
revelação literária no
espaço da língua
portuguesa, reunindo
anualmente centenas de
candidaturas.
O concurso mantém o seu
compromisso de
incentivar a escrita
entre os jovens - 42%
dos participantes têm
menos de 40 anos -,
enquanto promove o
diálogo intergeracional,
com escritores seniores
entre os 70 e os 80
anos. Em termos de
representatividade de
género, as mulheres
correspondem a 32% dos
concorrentes, à
semelhança da edição
anterior, reiterando o
crescimento gradual da
participação feminina.
Com estes números, o
Prémio de Revelação
Literária UCCLA-CML
reforça a sua
importância como um
promotor da descoberta
de novos talentos,
promovendo a diversidade
cultural e a literatura
em língua portuguesa a
nível global.
Constituição dos membros
do júri:
- Domício Proença -
Brasil
- Germano Almeida - Cabo
Verde
Hélder Simbad - Angola
- Inocência Mata - São
Tomé e Príncipe
- José Pires Laranjeira
- Portugal
- Luís Carlos Patraquim
- Moçambique
- Luís Costa -
Timor-Leste
- Tony Tcheka -
Guiné-Bissau
- Yao Jing Ming - Macau
- João Pinto de Sousa -
Representante do
Movimento 800 Anos de
Língua PortuguesaRui
Lourido - Representante
da UCCLA
