CPLP quer reforçar
capacitação de recursos
humanos
e financiamento para o
setor da Saúde

16.04.2025 -
Os Estados membros da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
defenderam hoje em São
Tomé, o reforço na
formação dos recursos
humanos da Saúde, e
apelaram à continuidade
de financiamento para
contrariar a tendência
de diminuição de apoios.
As medidas constam do
Plano de Ação de 2025
aprovado durante a VII
Reunião de Ministros da
Saúde da CPLP, realizada
hoje na capital
são-tomense, sob o lema
“Promovendo a Saúde
Integral e Sustentável
na CPLP. Estratégias
Inovadoras para Todas as
Gerações”.
“Esta capacitação é
feita em diferentes
níveis, desde os níveis
mais elementares com a
rede de escolas de saúde
da CPLP e depois a um
nível de topo, se
quisermos, de formação
graduada e pós-graduada
com a rede das escolas
nacionais e com a rede
dos institutos nacionais
de saúde pública”, disse
o diretor de cooperação
da CPLP, Manuel Lapão em
representação do
secretário-executivo da
organização.
O representante da CPLP,
realçou que “este é um
esforço de cooperação
que é horizontal” e que
permite que a partilha
de experiências e lições
aprendidas entre todos
os Estados-membros seja
posta ao serviço
daqueles que, por uma
razão ou outra, poderão
ainda estar em momentos
de desenvolvimento um
pouquinho menores ou de
grau relativo menor”.
“É importante porque
muita desta cooperação
que tem impacto
estruturante nos
Estados-membros da CPLP
é feita quase sem
aplicação de recursos
financeiros, mas com uma
grande determinação em
aplicar conhecimento e
capacidades instaladas
de todos os
Estados-membros”,
sublinhou.
Por outro lado, Manuel
Lapão realçou que “foi
dado um destaque muito
particular a temas que
são vertentes da saúde
internacional neste
momento”, destacando “um
grande apelo às
instituições
internacionais para que
continuem a apoiar” a
Organização Mundial da
Saúde (OMS) e os
Estados-membros da CPLP,
“dado que a tendência é
que os recursos
financeiros para apoiar
a cooperação na área da
saúde baixem”.
Questionado sobre a
baixa percentagem dos
recursos previsto para o
setor da Saúde nos
Orçamentos do Estado dos
países da CPLP, Manuel
Lapão, assegurou que
também “há essa
preocupação”, por parte
dos Estados membros.
“A declaração
ministerial expressa
preocupação com essa
quebra do financiamento
internacional, apela
claramente a que no
espaço da CPLP se
consigam encontrar
soluções de
financiamento
alternativas com o
impacto dos nossos
orçamentos e houve
intervenções de duas ou
três delegações que
claramente falaram nesse
aspeto”, sublinhou.
Sobre o tema “Promovendo
a Saúde Integral e
Sustentável na CPLP.
Estratégias Inovadoras
para Todas as Gerações”
que dominou a reunião de
São Tomé, Manuela Lapão
enalteceu o
transversalidade da
saúde com várias áreas,
nomeadamente, ambiente,
ensino, ciência e
tecnologia, direitos
humanos, igualdade de
género, juventude, água
e recursos hídricos,
direitos humanos e
outras.
“Tudo isto impacta
globalmente no sistema e
portanto, por vezes,
muitas das iniciativas
que são desenvolvidas em
outras áreas que não
usam a saúde têm reflexo
muito relevante na
saúde”, sublinhou Manuel
Lapão em declarações à
Lusa.
O ministro da Saúde de
São Tomé e Príncipe que
assumiu a presidência da
reunião, prometeu tudo
fazer para maximizar a
implementação das
conclusões e
recomendações do
encontro para o “reforço
das já ótimas relações
de amizade e
familiaridade” e “maior
fluidez nos intercâmbios
em matéria da saúde,
proporcionando maior
aproximação entre os
quadros da saúde”.
“Hoje, mais do que
nunca, com uma situação
geopolítica económica
adversa, mas com as
novas tecnologias, a
inovação, a nossa
vontade de remarmos
juntos, os mares que nos
distanciaram já não
serão barreiras.
A prevenção das doenças
e preparação para
eventos emergentes, a
cobertura universal da
saúde, a inclusão
social, a formação de
quadros, a prestação de
saúde de qualidade e o
uso das novas
tecnologias são
objetivos comuns onde
existem condições para
que, interagindo, todos
possamos sair mais
fortes”, defendeu Celso
Matos.
lusa/HN
