PR timorense diz que
g7+ deve pressionar
órgãos
da ONU para serem
mais democráticos

11.04.2025 -
O Presidente de
Timor-Leste, José
Ramos-Horta, defendeu
hoje que o g7+ deve
pressionar os órgãos das
Nações Unidas para serem
mais democráticos,
salientando que, nos
últimos 15 anos, a
organização tem sido uma
força de mudança.
"Temos de continuar a
exigir um lugar à mesa.
Com o estatuto de
observador, o g7+ deve
pressionar ativamente
para que o Conselho de
Segurança e outros
órgãos da ONU sejam mais
democráticos e
responsáveis", afirmou
José Ramos-Horta.
Para o também prémio
Nobel da Paz, as regras
da "ordem global devem
ser reescritas para
garantir que são
inclusivas, equitativas
e que refletem as
realidades de todas as
nações". "Como bloco
unificado, temos de
aumentar os nossos
esforços para negociar
as regras de
compromisso, assegurando
que os nossos países não
são meros recetores de
decisões tomadas noutros
locais, mas sim
participantes ativos na
definição de políticas
que nos afetam
diretamente", disse.
José Ramos-Horta, que
falava na sessão
inaugural da sexta
reunião ministerial da
organização, que tem
estatuto de observador
permanente na ONU desde
2019, defendeu também o
reforço da solidariedade
entre os estados-membros
da organização.
"A solidariedade não é
apenas um princípio, é a
base da nossa
resiliência coletiva. É
o que nos tem permitido
manter unidos e
amplificar as nossas
vozes", afirmou.
O chefe de Estado
salientou que o g7+ não
pode ficar de "braços
cruzados" enquanto as
pessoas da República
Democrática do Congo, do
Iémen, do Haiti, do
Sudão do Sul, do
Afeganistão e de outros
países do Sul Global
"passam por um
sofrimento
inimaginável".Por
último, o Presidente
timorense defendeu a
"apropriação nacional em
todos os aspetos da paz
e do desenvolvimento"."O
progresso sustentável só
pode ser alcançado
quando é liderado por
aqueles que melhor
compreendem os seus
próprios desafios - os
nossos governos, as
nossas comunidades e o
nosso povo", salientou
José Ramos-Horta.
O chefe de Estado disse
também que o apoio
internacional deve
"alinhar-se com as
prioridades nacionais" e
não definir quais
são."Temos de aproveitar
este momento para dar
forma a uma nova
narrativa em que as
nossas nações sejam
reconhecidas não como
problemas a resolver,
mas como parceiros na
construção de um mundo
mais justo e pacífico",
acrescentou.
O g7+ é um fórum no qual
os países-membros
procuram influenciar o
discurso global sobre
paz, estabilidade e
resiliência, bem como
definir ações conjuntas
para atingir aqueles
objetivos.
A organização
intergovernamental foi
estabelecida em 10 de
abril de 2010, em Díli,
e surgiu com a
preocupação, partilhada
pelos Estados-membros,
de que a cooperação
tradicional para o
desenvolvimento não
melhorava a situação das
nações frágeis.
Afeganistão, Burundi,
República
Centro-Africana, Chade,
Comores, Costa do
Marfim, República
Democrática do Congo,
Guiné-Conacri,
Guiné-Bissau, Haiti,
Libéria, Papua-Nova
Guiné, São Tomé e
Príncipe, Serra Leoa,
Ilhas Salomão, Somália,
Sudão do Sul,
Timor-Leste, Togo e
Iémen são os
Estados-membros do g7+.
MSE //
CADLusa/Fim
