“Alma do Cacau”: o
chocolate feito em
Portugal
com matéria-prima
são-tomense

14.03.2025 -
Com um conceito
direccionado para um
nicho de clientes que
tem como preocupação o
ambiente, a “Alma do
Cacau” chega à fábrica
de chocolate situada em
Oliveira do Hospital,
Portugal, onde é
transformado num
processo que respeita o
tempo do produto.
“Alma do Cacau”, é um
novo chocolate no
mercado que tem como
matéria-prima o cacau de
São Tomé e Príncipe,
referenciado pela sua
qualidade como um dos
melhores do mundo.
Com um conceito
direccionado para um
nicho de clientes que
tem como preocupação o
ambiente, a
responsabilidade
ecológica e cuidado
alimentar, o cacau usado
na “Alma do Cacau” chega
à fábrica de chocolate
situada em Oliveira do
Hospital, Portugal, onde
é transformado num
processo que respeita o
tempo do produto.
“Da escolha da melhor
amêndoa ao descasque, a
torragem, secagem,
moagem e por fim a pasta
de chocolate, tudo é
feito sem pressa. Todo
processo respeita a um
ritual que tem como
objectivo a qualidade do
produto final”, diz a
directora das marcas
“Alma do Cacau” e
“Nómada”, Elisa Boin.
A responsável explica
que já existem máquinas
industrializadas que
secam o cacau em poucas
horas, enquanto o
processo natural leva
cerca de 24 horas.
Entretanto, sublinha que
ainda utilizam um
processo de secagem
natural e garantem a
qualidade, embora leve
umas horas a mais.
“Quem sabe no futuro
possamos fazer outras
opções. Numa primeira
fase dos nibs de cacau,
eram feitas apenas
pastilhas 100% cacau,
mais à frente os
empresários decidiram ir
além e fazer o próprio
chocolate”, afirma.
Elisa Boin diz que num
espaço pequeno, porém
com todas as regras de
biossegurança
observadas, são
executadas as variedades
do chocolate e decididas
as percentagens de cacau
para combinar com as
frutas tropicais, como
flor de sal, avelã,
maracujá, framboesa,
entre outras, que se
unem para criar a melhor
simbiose com o cacau.
“Das heterogeneidades
criadas com o chocolate,
acrescenta-se um
packaging à medida. Com
matérias recicladas e
amigas do ambiente,
aliados a um designer
que entrega a imagem da
portugalidade.
Desde os seus
primórdios, a Alma de
Cacau tem vindo a inovar
na sua gama de produtos,
na convicção de que os
olhos comem antes de ser
degustados ao paladar.
Para além do leque de
ofertas de chocolate,
também são criados
vários produtos sazonais
alusivos à época, como é
o caso da Páscoa, Natal
e Ramadão”, detalha.
Já o chocolate “Nómada”,
a outra versão de
chocolates da empresa
Dharma, mereceu um
investimento inicial de
300 mil euros e partilha
a fábrica com a “Alma do
Cacau”, em Oliveira do
Hospital.
“Este produto é virado a
um público mais
abrangente. É,
sobretudo, um chocolate
de leite, numa simbiose
de várias frutas
tropicais e um packaging,
que é um mostruário dos
vários lugares típicos
de Portugal, bem como
das suas
especificidades. Hoje em
dia, pode-se encontrar
os chocolates “Nomadas”
em todo o país
[Portugal], Estados
Unidos [da América] e
Canadá. A escolha deste
nome conglomera uma
mostra da portugalidade,
não só as cidades, como
as figuras e espaços
emblemáticos”, salienta
Elisa Boim.
A directora das marcas
assegura que a Nómada
tem como conceito a
liberdade e o descobrir,
o que concede o poder da
descoberta do sabor, do
lugar e da diversidade
de Portugal.
“Hoje, esta fábrica, com
cerca de 20
funcionários, na sua
maioria mulheres, produz
as duas gamas de
chocolates. O nosso
cacau é bio, não contem
pesticidas nem
herbicidas. A colheita
não é feita através da
apanha do trabalho
infantil, existe uma
empresa que certifica
todas as situações que
fazem igualmente parte
das nossas
preocupações”, frisa.
Segundo esclarece, não
trabalham com óleo de
palma para evitar a
deflorestação e não
colocam açúcar de cana,
evitando a hipoglicemia,
que é prejudicial para
os diabéticos.
“Trabalhamos com cacau
de coco, que é tolerado
para os diabéticos, bem
como o papel que envolve
o chocolate, que é
reciclado para que a
pegada ecológica seja o
mais leve possível”,
acrescenta.
Por:
Kadidja Pinto Monteiro/
Forbes
