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LIXEIRA DE PENHA - UM RISCO IMINENTE

16.10.2024 - A problemática de lixos domésticos e outros resíduos, continua a ser a grande preocupação para a humanidade, tendo em conta os riscos que podem causar na vida das pessoas e ao meio ambiente. No caso concreto de São Tomé e Príncipe, reconhecido como as ilhas maravilhosas, e um dos países africanos do Golfo da Guiné mais lindo do continente africano, a mesma preocupação também é evidente.

Para que a situação seja ultrapassada, urge uma tomada de decisão por parte das autoridades nacionais criem condições apropriadas destinadas a recolha e tratamento de lixos provenientes dos produtos químicos, orgânicos e dos resíduos domésticos, contribuindo para a proteção do meio ambiente e da humanidade em geral.Uma equipa de reportagem do Jornal Transparência efetuou uma visita à Lixeira de Penha, situada na localidade de Boa Morte, pouco distante do centro da cidade capital de São Tomé.

Além dos lixos que amontoam expostos de forma inadequada no local, verifica-se a existência de um rio que escorre a volta da lixeira o que pode representar um grande foco de doenças principalmente para as crianças que têm frequentado diariamente ao local. Os adultos também aproveitam o mesmo ria para fazer o uso na lavagem de roupas, utensílios e outras atividades, conforme constatou a nossa equipa.

João Cardoso, vulgarmente conhecido por Jonhson, (na foto), funcionário e fiscal da Câmara Distrital de Água -Grande, exerce a função há cerca de sete anos, neste local, confidenciou que corres sérios riscos de vida durante a prestação do serviço, na lixeira de Penha.

“Aqui na lixeira tenho passado muitas dificuldades, a população não respeita os seguranças, todos os dias os moradores locais invadem o recinto da lixeira para catar os restos dos lixos para venderem.

A equipa das Inspeções Económicas têm feito fiscalização, mais nem sempre vêm ao local para proteger os lixos. Na queima de lixos muitas vezes ocorrem explosões”.

“Sofremos muito, os cheiros de lixos e fumos incomoda-nos e muitas das ocasiões os fumos invadem o local ao ponto de causar acidentes aos motoqueiros e taxistas que circulam na estrada que dá acesso a lixeira, muitos cães frequentam sempre ao local, e quando chegam as viaturas da câmara com os lixos, eles saem em conjunto ao ponto de atacar e morder as pessoas na estrada”.

Por tudo isso, Jonhson apela as autoridades competentes que procurem soluções para melhorar os trabalhos na lixeira. Segundo ele os governantes deveriam construir cerca a volta da lixeira, guaritas para funcionários como forma de evitar o vandalismo que tem ocorrido diariamente no local que pode ser prejudicial a saúde dos moradores.

Por outro lado, o jovem na foto, residente nos arredores da Lixeira de Penha é pai de família e relatou em poucos detalhes o seu dia-a-dia em contacto com o lixo.

“O meu ganha-pão e sobrevivência tem sido na lixeira.

Já frequento este local desde que tinha 14 anos, e hoje já tenho 27 anos, já passam 13 anos que venho a este local, faço outras coisas, mais não é suficiente, aqui eu e outros colegas escolhemos e catamos os restos de lixos, metais, como, ferros, panelas velhas, latas, bronzes, aços, e outros materiais para vendermos para os nigerianos a um preço acessível de 300 dobras por quilos, dependendo dos materiais”.

“Isto não é suficiente, mais já dá para sobrevivermos e comprar algo para a minha família”; Relata o jovem que humildemente não recusou em falar a nossa reportagem .A problemática de lixos domésticos e outros resíduos, exige uma mão dura e séria para a sua conservação no seguimento da implementação das convenções da Gestão dos Produtos Químicos e Resíduos adotadas pelas organizações internacionais.

No caso específico de São Tomé e Príncipe, torna-se necessário que as autoridades criem projetos para a devida conservação e separação, no que toca aos produtos químicos e resíduos vindos de todas as localidades do país, antes de serem tratados e atirados na lixeira.

É igualmente importante a construção de barreiras, estufas e outras infraestruturas apropriadas para o armazenamento e tratamento dos lixos.Para o bem-estar de todos, cada cidadão deve fazer a sua parte, tratando de forma adequada os lixos.

Com a Redação e Imagens de:Adilson Castro – Jornal TransparênciaFelisberto BrancoBom Trabalho!

 

 

 

 

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