PM de São Tomé e
Príncipe quer que país
seja
"plataforma integrada"
de serviços até 2035
10.10.2024 -
O primeiro-ministro de
São Tomé e Príncipe quer
tornar o arquipélago
numa "plataforma
integrada" de serviços
financeiros, turísticos
e comerciais até 2035,
salientando que o país
tem "vantagens
competitivas", incluindo
a localização,
comparando com outros da
região.
Em declarações à Lusa, à
margem de um fórum
dedicado a oportunidades
de negócio entre aquele
país africano lusófono e
Portugal, Patrice
Trovoada afirmou que o
"turismo diferenciado" é
uma aposta para o futuro
de São Tomé e Príncipe e
apontou a possibilidade
de serem criadas "zonas
especiais económicas"
para atrair investimento
internacional.
"Estamos no caminho e
nós queremos, de facto,
que essa plataforma
sirva aqueles que
pretendem investir,
fazer comércio com a
região do Golfo da Guiné
e que veem em São Tomé
um porto seguro,
eficiente, com leis
claras, um regime
político estável",
apontou o chefe de
Governo.
Patrice Trovoada disse
que o país tem que
"tirar partido" da
situação geográfica
privilegiada", por estar
a menos de duas horas
"de vários países
africanos e de uma
realidade de quase 400
milhões de pessoas",
podendo por isso
"funcionar como
plataforma" para
penetrar naqueles
países."Eu não posso
mudar a minha Geografia.
Quando digo que somos um
país amigo é porque
realmente estou
interessado de estar
inserido num espaço de
amigos, um espaço de
paz, um espaço de
relações claras,
transparentes,
respeitosas de todos os
princípios que governam
e que devem governar
pessoas de bem",
apontou.
E continuou: "A nossa
visão baseia-se na
localização geográfica
do país, tudo o que
estamos a planear tem a
ver com o facto de São
Tomé e Príncipe estar no
Golfo da Guiné, na linha
do equador e a menos de
duas horas de muitos
países africanos que
representam grande
potencial económico e
não só", enumerou.
O chefe de governo
referiu ainda que "os
custos hoje de
penetração de alguns
mercados são muito
elevados, não só em
termos de capital
financeiro, mas em
termos de riscos",
defendendo que os
investidores podem
também aproveitar essa
plataforma em São Tomé e
Príncipe "para lidar com
os países à volta".
Sobre a criação de zonas
económicas especiais,
uma medida com que
pretende avançar,
referiu-se ao custo da
entrada noutro país
africano, afirmando que
"são milhões, mais a
questão da segurança,
mais a estabilidade do
regime fiscal"."Se
criarmos um regime
específico, o
concessionário terá toda
a liberdade, enfim, de
propor inovações em
termos fiscais, legais,
porque estamos a falar
de
extraterritorialidade.
E estamos perfeitamente
abertos a isso e estamos
a construir essas
zonas", descreveu,
lembrando que não esta a
"inventar nada" e dando
exemplos de outros
países que o fizeram.
"Alguns países
asiáticos, por exemplo,
fizeram isso durante
muitos anos, tiveram
essa flexibilidade de
poder, quer a nível da
estrutura empresarial,
quer a nível da
estrutura legal,
responder rapidamente às
modificações que existem
no mercado", salientou.
O turismo tem outro
"papel fundamental" na
visão de Patrice
Trovoada para São Tomé e
Príncipe, mas "um
turismo
específico"."Queremos um
turismo que não agrida a
natureza, por isso
[será] muito difícil nós
seguirmos para um
turismo de massa.
Queremos um turismo
diferenciado", disse.JCR
// ANP