Projeto de Processamento
Agro-alimentar apoiado
pelo Banco
Africano de
Desenvolvimento atinge
seu passo

10.11.2022 -
Investigadores do Centro
de Investigação em
Biodiversidade e
Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO)
da Universidade do Porto
descreveram uma nova
espécie de mocho nas
florestas da Ilha do
Príncipe, na África
Central, foi hoje
revelado.
Em
comunicado, o centro da
Universidade do Porto
esclarece que os
investigadores batizaram
a espécie de mocho - a
oitava espécie de ave
endémica da ilha - de "Otus
bikegila", homenageando
Ceciliano do Bom Jesus
(vulgo 'bikegila'),
guarda do Parque Natural
"Obô" do Príncipe e cujo
conhecimento e esforços
permitiram a descoberta.
A
existência do
mocho-do-príncipe ("Otus
bikegila") foi
confirmada em 2016,
embora as suspeitas do
seu aparecimento
remontem a 1998 e
testemunhos de
habitantes locais
sugerissem a sua
existência já em 1928,
tendo por base uma
carta. A descrição da
espécie, publicada na
revista científica
ZooKeys, teve por base
várias linhas de
evidência, como
morfologia, cor e padrão
de plumagem,
vocalizações e genética.
Da
investigação, liderada
por três cientistas do
CIBIO-InBIO, resultou um
segundo artigo,
publicado na revista
Bird Conservation
International, que
mostra que o
mocho-do-príncipe apenas
é encontrado na floresta
nativa remanescente que
se encontra hoje na
parte desabitada do sul
da ilha.
Nesta
floresta, o
mocho-do-príncipe ocupa
uma área de cerca de 15
quilómetros quadrados,
"aparentemente devido à
preferência por
altitudes mais baixas",
salienta o centro da
Universidade do Porto,
lembrando que nesta
pequena área, estima-se
que exista uma população
de 1.000 a 1.500
indivíduos.
Como
todos os indivíduos da
espécie se encontram
neste local, do qual uma
parte "será afetada num
futuro próximo pela
construção de uma
barragem hidroelétrica",
os investigadores
propuseram que a espécie
fosse classificada como
"Criticamente em
Perigo", o nível de
ameaça mais alto da
lista vermelha da União
Internacional para a
Conservação da Natureza
(UICN).
Para
monitorizar e acompanhar
alterações ao longo do
tempo, os investigadores
desenvolveram um
protocolo de
monitorização da espécie
que usa unidades de
gravação automática do
seu canto em combinação
com inteligência
artificial para analisar
de forma rápida as
milhares de horas de
gravações. De acordo com
o centro da Universidade
do Porto, o canto do
mocho-do-príncipe foi
uma das principais
pistas que levaram à sua
descoberta.
"O
chamamento do
mocho-do-príncipe é uma
nota curta "tuu"
repetida cerca de uma
vez por segundo, podendo
lembrar o canto de
insetos. Muitas vezes é
emitido em dueto, logo
após o cair da noite",
acrescenta, citado no
comunicado, o
investigador Martim Melo
do CIBIO-InBIO e do
Museu de História
Natural e Ciência da
Universidade do Porto.
.
Por: Diário Noticias