Eleições: PR timorense
diz que democracia no
país
“não” está sob ameaça
07.11.2022 - O
Presidente de
Timor-Leste, José Ramos
Horta, considerou hoje
que a democracia no
Brasil não está sob
ameaça, mas a
"obrigação" dos
países-membros da CPLP é
apoiarem-se "mutuamente"
no que toca à sua
defesa.
“Anossa
contribuição, a nossa
obrigação, é
apoiarmo-nos mutuamente
no que a toca à defesa
da democracia; a
democracia tem que ser
defendida”, afirmou o
chefe de Estado
timorense, em
declarações à
comunicação social no
âmbito de uma visita
hoje à sede da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
em Lisboa.
Quando
interrogado sobre se
entende que a democracia
no Brasil está sob
ameaça, atendendo aos
distúrbios em todo o
país provocados pelos
apoiantes do Presidente
Jair Bolsonaro, que não
aceitam a sua derrota na
segunda volta das
presidenciais no último
domingo, Ramos Horta foi
taxativo: “Não, não”,
afirmou.
“Ao longo
dos [últimos] anos, devo
ter sido a única pessoa
na CPLP, [enquanto]
ex-Presidente, que se
solidarizou com Lula [da
Silva] ativamente”,
reclamou ainda Ramos
Horta.“Fui talvez o
primeiro Presidente no
mundo a felicitar Lula”
da Silva pela sua
vitória nestas
eleições”, disse ainda,
revelando que “tinha
tudo preparado,
combinado com amigos no
Brasil – e mobilizei
outros – para, por
favor, reagirem de
imediato”.
Para o
chefe de Estado
timorense, que se
encontra em Portugal no
âmbito de uma visita
oficial, a obrigação dos
nove Estados-membros da
CPLP é apoiarem-se
“mutuamente no que toca
à defesa da democracia,
a democracia tem que ser
defendida”.
A CPLP é
constituída por Angola,
Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e
Príncipe e
Timor-Leste.Desde a
madrugada de
segunda-feira foram
desfeitas 936
manifestações nas
estradas de mais de 24
estados brasileiros.
Na
quarta-feira, o
Presidente brasileiro
procurou acalmar os
ânimos e apelou aos
manifestantes que o
apoiam para pararem de
bloquear estradas pelo
país, uma ação que se
iniciou na madrugada de
segunda-feira por
considerarem que os
resultados das eleições
presidenciais tinham
sido fraudulentos.
Com 100%
dos votos contados, Luiz
Inácio Lula da Silva
ganhou as eleições
presidenciais de domingo
por uma margem estreita,
recebendo 50,9% dos
votos, contra 49,1% para
Jair Bolsonaro, que
procurava um novo
mandato de quatro anos.
Lula da
Silva assumirá novamente
a Presidência do Brasil
em 01 de janeiro de 2023
para um terceiro
mandato, após ter
governado o país entre
2003 e 2010.
APL //
JH