Novo
primeiro-ministro de São
Tomé e Príncipe toma
posse na próxima
semana
04.11.2022 -
O líder
da Ação Democrática
Independente (ADI),
Patrice Trovoada, será
empossado como
primeiro-ministro
são-tomense no dia 11 e
o novo Governo toma
posse três dias depois,
disse hoje o próprio,
após um encontro com o
Presidente da República.
O novo primeiro-ministro
em princípio tomará
posse no dia 11 e o
Governo no dia 14 [..],
é um pouco isso que está
previsto e eu espero que
assim irá acontecer
porque já estamos há
muito tempo nesta fase
de transição e eu penso
que a situação do país
exige de facto que este
vazio, que não é tão
vazio assim, possa
acabar o mais
rapidamente possível”,
disse Patrice Trovoada,
à saída do encontro com
o chefe de Estado de São
Tomé e Príncipe, Carlos
Vila Nova, na
Presidência da
República.
O líder da ADI, que
venceu as eleições
legislativas
são-tomenses realizadas
no passado 25 de
setembro com maioria
absoluta de 30 (mais
cinco eleitos que na
atual legislatura) dos
55 deputados, adiantou
que o partido já foi
“formalmente convidado”
pelo Presidente da
República a apresentar
“a proposta do nome para
primeiro-ministro”, o
que irá “formalizar
dentro de dias” na
sequência do encontro
ocorrido hoje.
Além da ADI, Vila Nova
recebeu os outros dois
partidos e uma coligação
que também estarão
representados na
Assembleia Nacional na
próxima legislatura, que
se inicia na próxima
terça-feira com a posse
dos novos deputados.O
vice-presidente do
Movimento de Libertação
de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD,
atualmente no poder),
Guilherme Otaviano,
disse que o seu partido
defende que “o partido
que ganhou é que deve
governar” o país.
“Nós estaremos na
oposição cumprindo um
dos pressupostos
democráticos também para
trabalhar como oposição
[…] porque a oposição
também colabora na
governação porque o que
nós queremos é a
melhoria de São Tomé e
Príncipe”, afirmou
Guilherme Otaviano.
O MLSTP/PSD, que terá um
bancada parlamentar com
18 deputados (menos
cinco que na legislatura
anterior), prometeu
“trabalhar conjuntamente
com o partido vencedor,
ajudar o governo em tudo
quanto for necessário”
visando “a melhoria e
crescimento de São Tomé
e Príncipe”.
O partido do
primeiro-ministro
cessante, Jorge Bom
Jesus, defendeu que o
partido que a ADI “deve
tomar as rédeas da
governação” o “mais
rapidamente possível”,
sublinhando que “as
instituições não devem
estar paradas”.
A coligação Movimento de
Cidadãos
Independentes/Partido
Socialista (MCI/PS)
(conhecido como
‘Movimento de Caué’) e o
Partido de Unidade
Nacional (PUN), será
representada com uma
bancada parlamentar de
cinco deputados (mais
três que na atual
legislatura), e disseram
ao Presidente da
República que estarão
“ativos para colaborar
na Assembleia”,
sublinhando que estão
contra o prolongar do
processo de posse do
Governo. “Estamos a 31
dias da proclamação dos
resultados e não temos
Governo.
O país está parado, o
país precisa de avançar
e nós estamos
preocupados com isso,
então dissemos ao
Presidente da República
que na Assembleia nós
vamos trabalhar”, disse
Domingos Monteiro, que
chefiou a delegação do
MCI/PS-PUN. Pelo
movimento Basta, o
coordenador, Salvador
dos Ramos transmitiu ao
Presidente da República
que “enquanto um
movimento político
interessado na
construção de um novo
São Tomé e Príncipe”, os
deputados estarão
“disponíveis para
colaborar, para
contribuir em todas as
reformas de que o país
carece e também
contribuir para que ao
nível da Assembleia
Nacional se possa erguer
um São Tomé e Príncipe
com que nós todos
sonham”.
O movimento político,
criado este ano e que
acolhe a maioria dos
dirigentes do Partido de
Convergência Democrática
(PCD) e alguns
dissidentes da ADI,
elegeu dois deputados,
nomeadamente os atuais
presidente e
vice-presidente do
parlamento,
respetivamente Delfim
Neves e Levy Nazaré, mas
não formará bancada
parlamentar, para a qual
se exige o mínimo de
cinco deputados.
“Nós somos um movimento
político da oposição,
naturalmente que naquilo
que nós entendermos que
seja do interesse
nacional, nós
colaboraremos com todas
as instituições da
República, incluindo o
Governo. No entanto
aquilo que não estiver
de acordo, no nosso
entender, com as
expectativas, com os
objetivos esperados pelo
povo da São Tomé e
Príncipe nós estaremos
na primeira linha para
criticarmos, sugerirmos,
se for necessário, e
propormos também”,
afirmou Salvador dos
Ramos.
O presidente da ADI
mostrou-se “tranquilo”
com a disponibilidade
manifestada pelos
futuros partidos da
oposição.“Se declararam
isso quer dizer que esta
noite vou dormir
tranquilo, vou dormir
bem, satisfeito, se é
essa a intenção [de
colocar] o país primeiro
e vamos ver o que é que
podemos fazer”, disse
Patrice Trovoada.
A Ação Democrática
Independente (ADI),
liderada pelo antigo
primeiro-ministro
Patrice Trovoada, venceu
as eleições
legislativas, com
maioria absoluta de 30
deputados, segundo os
resultados definitivos
divulgados pelo Tribunal
Constitucional. O
Movimento de Libertação
de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD),
do atual
primeiro-ministro, Jorge
Bom Jesus, que procurava
um segundo mandato
nestas eleições, recebeu
25.287 votos,
equivalentes a 18
deputados.
A terceira força
política no parlamento
são-tomense, com cinco
eleitos, será a
coligação Movimento de
Cidadãos Independentes —
Partido Socialista /
Partido de Unidade
Nacional (MCI-PS/PUN,
mais conhecido como
‘movimento de Caué’,
distrito no sul da ilha
de São Tomé), após ter
tido 4.995 votos.
Mais votos, mas menos
mandatos, foi o
resultado do movimento
Basta — que absorveu o
histórico PCD e acolheu
ex-membros da ADI. O
Basta, que tinha como um
dos cabeças de lista o
presidente do
parlamento, Delfim
Neves, avançou pela
primeira vez para as
urnas e obteve um total
de 6.788 votos, elegendo
dois deputados.
JYAF // JH