Diplomatas são-tomenses
contra recrutamento
"surpresa" autorizado
pela MNE
24.10.2022 - "De modo a
evitar recorrer a outros
expedientes, bem como
levar este facto a
outras instâncias, a ADS
serve-se da presente a
fim de desaconselhar
veementemente a senhora
ministra na prossecução
deste surpreendente e
inesperado concurso, a
escassos dias do fim da
sua missão neste
ministério, considerando
que a prossecução desta
pertinácia não coloca
apenas em causa as
nossas conquistas, mas,
sobretudo belisca a
imagem do Ministério e
dos seus servidores",
lê-se numa carta
assinada pelo presidente
do conselho executivo da
ADS, Aberto Pereira.
A
Associação dos
Diplomatas Santomenses
contestou um "surprendente
e inesperado concurso"
autorizado pela ministra
dos Negócios
Estrangeiros para
recrutamento de novos
diplomatas, "a escassos
dias do final do seu
mandato" e que considera
prejudicar a imagem do
ministério.
Na carta,
datada de quinta-feira,
a Associação dos
Diplomatas Santomenses (ADS)
refere que tomou
conhecimento de que a
ministra dos Negócios
Estrangeiros, Edite Ten
Jua, "despachou
favoravelmente uma
informação/proposta
solicitada à Direção
Administrativa e
Financeira deste
ministério, visando a
abertura de um concurso
público para o
recrutamento de novos
diplomatas" e que,
"embora personalidades
conceituadas e de
prestígio tenham
declinado convites para
integrar a equipa de
júri, tal iniciativa tem
avançado".
A ADS
refere que desde que
chegou à chefia do
Ministério dos Negócios
Estrangeiros, a ministra
Edite Ten Jua
"deliberadamente"
"absteve-se de encetar
possíveis negociações
com o seu colega do
ministério das Finanças
de forma a prosseguir e
terminar o concurso para
o ingresso de novos
diplomatas, iniciado
pela sua antecessora",
Elsa Pinto.
"Estranhamente, a
escassos dias do final
do seu mandato, pretende
iniciar um processo de
recrutamento para ser
homologado pelo seu
sucessor", refere a
ADS.A ADS reconhece que
o Ministério dos
Negócios Estrangeiros,
Cooperação e Comunidades
"carece de quadros para
o exercício da
diplomacia", tendo em
conta "o envelhecimento
da carreira, associado à
fuga de quadros para
organismos
internacionais".
"Somos,
portanto, de igual
opinião que a estratégia
deve passar
indubitavelmente pelo
recrutamento em massa de
novos ativos com vista a
executar a política
externa do Estado
são-tomense", sustenta.
A ADS
sublinha que desde "a
sábia gestão do então
embaixador Carlos Tiny"
enquanto ministro dos
Negócios Estrangeiros em
2008 que "este
ministério reforçou de
forma marcante a cultura
de transparência e de
competência em todo o
processo de
admissibilidade de novos
diplomatas, pelo que,
numa lógica
progressista", defende a
preservação de "tais
práticas e princípios,
que são bons e
recomendáveis".São Tomé
e Príncipe realizou
eleições legislativas,
autárquicas e regional
do Príncipe no passado
25 de setembro.
A Ação
Democrática Independente
(ADI), lideraa pelo
antigo primeiro-ministro
Patrice Trovoada, venceu
as eleições
legislativas, com
maioria absoluta de 30
deputados, segundo os
resultados definitivos
divulgados pelo Tribunal
Constitucional.O
Movimento de Libertação
de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD),
do atual
primeiro-ministro, Jorge
Bom Jesus, que procurava
um segundo mandato
nestas eleições, recebeu
25.287 votos,
equivalentes a 18
deputados.
A
terceira força política
no parlamento
são-tomense, com cinco
eleitos, será a
coligação Movimento de
Cidadãos Independentes -
Partido Socialista /
Partido de Unidade
Nacional (MCIS-PS/PUN,
mais conhecido como
`movimento de Caué`,
distrito no sul da ilha
de São Tomé), após ter
tido 4.995 votos.Mais
votos, mas menos mandato
s, foi o
resultado do movimento
Basta - que absorveu o
histórico PCD e acolheu
ex-membros da ADI. O
Basta, que tinha como um
dos cabeças de lista o
presidente do
parlamento, Delfim
Neves, avançou pela
primeira vez para as
urnas e obteve um total
de 6.788 votos, elegendo
dois deputados.
Por: Lusa