Presidente do Tribunal
de Contas considera que
contas públicas estão
"melhores"
11.10.2022 - Presidente
do Tribunal de Contas,
José Tavares, afirma que
"se comparamos as contas
públicas hoje com as de
há 30 anos, hoje são
muito melhores porque
recorremos a um modelo
contabilístico mais
sofisticado".
Opresidente do Tribunal
de Contas (TdC), José
Tavares, defendeu esta
segunda-feira que as
contas públicas no país
são hoje "muito
melhores" do que há 30
anos e referiu que no
auditor "nunca pode
mudar" a "independência"
e "objetividade".
"Se
comparamos as contas
públicas hoje com as de
há 30 anos, hoje são
muito melhores porque
recorremos a um modelo
contabilístico muito
mais sofisticado",
apesar "dos erros e
dificuldades", declarou
José Tavares.O
responsável falava aos
jornalistas, em Ponta
Delgada, à margem do 1.º
Encontro de Jovens
Auditores da Organização
dos Tribunais de Contas
da CPLP, promovido pela
Secção Regional dos
Açores do Tribunal de
Contas, que tem como
tema "O auditor do
futuro".
Em debate
estão questões como a
transformação digital, a
qualificação técnica e
os novos modelos de
organização do trabalho
e seu impacto nas
auditorias, entre outros
temas. José Tavares
considerou que "hoje as
sociedades têm defesas -
e o Tribunal de Contas é
uma delas - no sentido
de garantir a
fiabilidade das contas
públicas".
Para o
responsável, apesar dos
novos desafios e das
novas tecnologias de
informação, "há algo que
nunca poderá mudar num
auditor, que é a
independência, a
objetividade, a
imparcialidade, a
competência" e, "acima
de tudo, terem um
comportamento ético
exemplar".
O
presidente do Tribunal
de Contas considerou que
a instituição "tem que
dar o exemplo senão
perde a sua autoridade
para recomendar e
criticar os outros".No
encontro esteve também
presente Walton
Rodrigues,
secretário-geral da
OISC-CPLP, organização
que reúne os tribunais
de contas de Angola, do
Brasil, de Cabo Verde,
da Guiné-Bissau, o
Tribunal Administrativo
de Moçambique, o
Tribunal de Contas de
Portugal e o Supremo
Tribunal de Justiça de
São Tomé e Príncipe.
A
OISC-CPLP é a
Organização das
Instituições Supremas de
Controle das Comunidades
de Países de Língua
Portuguesa.O
secretário-geral da
OISC-CPLP, também em
declarações aos
jornalistas, considerou
a "própria sobrevivência
das instituições derivam
da superação dos
desafios que são
impostos".O responsável
identificou como os
maiores desafios que se
colocam aos tribunais e
auditores a "vastidão
das necessidades do
controlo, da
fiscalização de todas as
áreas de ação
governamental".
O
presidente da OISC-CPLP,
Amadú Tidjane Baldé,
declarou, por seu turno,
que com a "quarta
revolução industrial,
com fortes mudanças
tecnológicas, os
auditores têm que ter o
domínio das novas
tecnologias",
adaptando-se face a
novos desafios como as
alterações climáticas ou
questões relacionadas
com a demografia
colocam.
"Face a
estas novas questões que
vão surgindo, os
auditores têm que se
readaptar e reinventar
para poderem ter as
competências técnicas e
exercer a função de uma
forma mais eficaz e
eficiente para que o
produto que sai dos
tribunais de contas ou
da instâncias superiores
de controlo possam
contribuir para a
mudança na vida dos
cidadãos".
(Dinheiro Vivo/Lusa)