Um dia eleitoral
pacífico e, em geral,
bem organizado apesar
das limitações do quadro
jurídico e institucional
28.09.2022 - A
Observadora-Chefe Maria
Manuel Leitão Marques,
deputada do Parlamento
Europeu, apresentou hoje
as conclusões
preliminares da Missão
de Observação Eleitoral
da União Europeia (MOE
UE) sobre as eleições
legislativas, regional e
autárquicas do dia 25 de
setembro em São Tomé e
Príncipe.
“Felicito os eleitores
de São Tomé e Príncipe
que votaram de forma
pacífica e
pacientemente, bem como
todos os membros de
mesa: as operações de
votação e contagem foram
avaliadas como
satisfatórias pelos
observadores da MOE UE
nas 157 assembleias de
voto observadas, com um
bom nível de
transparência. Isto é
confirmado pelo número
de editais de resultados
que vimos afixados no
exterior de quase todas
as assembleias de voto
que observamos” disse a
Sra. Leitão Marques hoje
em conferência de
imprensa.
“Os partidos políticos
puderam fazer campanha
livremente e fizeram-no
pacificamente. No
entanto, observámos uma
grande disparidade de
recursos entre os
diferentes partidos
políticos e candidatos,
devido à ausência de
limites máximos de
despesas de campanha e à
dificil aplicação da
proibição de
financiamento
estrangeiro”,
acrescentou.
O quadro legal de São
Tomé e Príncipe oferece
garantias suficientes
para eleições
transparentes e
democráticas. No
entanto, a sua aplicação
prática nem sempre se
baseou numa
interpretação
consistente e rigorosa.
A Comissão Eleitoral
Nacional (CEN) realizou
preparativos eleitorais
suficientes em todo o
país, com significativo
apoio técnico
internacional. No
entanto, o prazo da
nomeação da CEN pela
Assembleia Nacional e a
falta de clareza com
respeito à
responsabilidade
primordial para a
realização do
recenseamento eleitoral
impediram a atualização
obrigatória do registo
eleitoral. Isso
constitui uma violação
da lei nacional e das
obrigações
internacionais do país.
Consequentemente, um
número significativo de
novos eleitores não pôde
exercer o seu direito de
voto.A ambiguidade da
Lei Eleitoral conduziu a
uma interpretação
restritiva da exigência
da quota de género. Como
resultado, a quota de
género de 30 por cento
não foi aplicada de
forma sistemática e as
mulheres não foram
colocadas em lugares
elegíveis nas listas
para todos os cargos
elegíveis.
Os meios de comunicação
social estatais
forneceram tempo de
antena gratuito e igual
a todos os concorrentes,
cobertura noticiosa de
campanha bastante
equilibrada e
organizaram dois debates
eleitorais inclusivos.
As redes sociais foram
utilizadas de forma
consistente para fazer
campanha sobretudo pelos
dois maiores partidos e
pelo partido no poder na
Região Autónoma do
Príncipe.Os apuramentos
distritais estão em
curso e os observadores
da MOE UE continuarão a
observar o processo em
todos os distritos.
O apuramento provisório
da CEN foi conduzido de
forma transparente, em
presença de
representantes dos
partidos políticos e
observadores
internacionais. É
desejável que os
resultados preliminares
sejam publicados pela
CEN para cada assembleia
de voto.A UE enviou para
São Tomé e Príncipe 42
observadores dos Estados
Membros e da Noruega.
“A MOE UE permanecerá em
São Tomé e Príncipe para
observar as restantes
fases do processo,
incluindo o anúncio dos
resultados e eventuais
reclamações e recursos.
Agora, a MOE UE pode
comentar apenas as
observações realizadas
até o momento.
Posteriormente,
publicará um relatório
final, incluindo
análises completas e
recomendações para
possíveis melhorias das
futuras eleições”,
concluiu a Observadora
Chefe.
Por: Michela Sechi