MLSTP e ADI encerram
campanha com últimos
apelos para maioria
absoluta

23.09.2022 - A campanha
para as eleições
legislativas,
autárquicas e regional
de São Tomé e Príncipe
termina hoje, com os
maiores partidos a
fazerem os últimos
apelos aos eleitores
para que garantam
maioria absoluta, e com
um desfecho ainda
incerto.
No total,
11 partidos e
movimentos, incluindo
uma coligação, concorrem
no domingo aos 55
lugares da Assembleia
Nacional de São Tomé e
Príncipe, mas a disputa
pela próxima liderança
do Governo faz-se
essencialmente entre o
Movimento de Libertação
de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD, no
poder) e a Ação
Democrática Independente
(ADI, oposição).
Quer o
atual primeiro-ministro,
Jorge Bom Jesus, quer o
seu antecessor, Patrice
Trovoada, têm insistido
na necessidade de
conquistarem a maioria
absoluta, que afirmam
ser necessária para que
o próximo executivo
empreenda as medidas
necessárias para retirar
o país da crise.
Patrice
Trovoada, que esteve
ausente do país desde
outubro de 2018 e que
regressou no passado
domingo, tem colocado a
maioria absoluta como
condição para ser o
próximo
primeiro-ministro.
Já Jorge
Bom Jesus, que chefia um
executivo de
'geringonça', em
coligação com outras
três forças -- Partido
da Convergência
Democrática (PCD), a
União para a Democracia
e Desenvolvimento (UDD),
e o Movimento
Democrático Força da
Mudança (MDFM), -- quer
governar um segundo
mandato apoiado por mais
de 28 deputados para ter
"mãos livres".
Hoje,
Patrice Trovoada viaja
para a ilha do Príncipe,
onde fará o comício de
encerramento da
campanha.
O MLSTP
encerra a campanha com
um comício, pela tarde,
na Praça da
Independência, também na
capital.Caso nenhum dos
dois maiores partidos
consiga a maioria
absoluta, terão de
procurar negociações
pós-eleitorais, sendo
que até agora nenhum
concorrente anunciou
qualquer acordo.
O
Movimento dos Cidadãos
Independentes -- também
conhecido como movimento
de Caué, distrito no sul
do país -, dos irmãos
António e 'Nino'
Monteiro, concorre agora
coligado com o Partido
de Unidade Nacional (PUN)
e quer aumentar o número
de deputados, depois de
em 2018 se ter estreado
no parlamento com dois
eleitos.Nestas eleições,
a anterior coligação PCD/UDD/MFDM
já não concorreu nesse
formato.
O PCD não
avançou para estas
eleições, estando
integrado no movimento
Basta, que inclui
figuras como o
presidente da Assembleia
Nacional, Delfim Neves (PCD),
o antigo ministro dos
Negócios Estrangeiros de
Patrice Trovoada,
Salvador dos Ramos, e o
antigo secretário-geral
da ADI, Levy Nazaré.
O
Movimento Democrático
Força da Mudança/União
Liberal (MDFM/UL), agora
liderado pelo antigo
padre Miguel Gomes, e a
UDD, com Carlos Neves,
avançaram isoladamente.
Nas eleições
legislativas de 2018, a
ADI foi o partido mais
votado, com 25
deputados, seguindo-se o
MSLTP/PSD, com 23, a
coligação PCD/UDD/MDFM,
com cinco, e o Movimento
de Cidadãos
Independentes, com dois
eleitos.
Outras
formações políticas que
concorrem às eleições
deste domingo são:
Cidadãos Independentes
para o Desenvolvimento
de São Tomé e Príncipe (CID-São
Tomé e Príncipe),
Movimento Unido para o
Desenvolvimento Amplo
(Muda), Partido Novo,
Movimento Social
Democrata/Partido Verde
de São Tomé e Príncipe (MSD-PVSTP)
e o Partido de Todos os
Santomenses (PTOS).
Os
123.302 eleitores
são-tomenses também têm
de escolher os próximos
presidentes das
autarquias. Em 2018, o
MLSTP conquistou as
câmaras de Lembá, Caué,
Água Grande, Cantagalo e
Lobata, enquanto a ADI
ficou à frente em
Mé-Zóchi.
No
domingo, também o
Governo Regional do
Príncipe vai a votos,
concorrendo a União para
a Mudança e Progresso do
Príncipe (UMPP),
liderado pelo atual
presidente, Filipe
Nascimento, e a
coligação Movimento
Verde para o
Desenvolvimento do
Príncipe (MVDP) e MLSTP/PSD,
encabeçada por Nestor
Umbelina.
As
eleições contam com pelo
menos seis missões
internacionais de
observação eleitoral,
incluindo da União
Europeia e da Comunidade
dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP). JH
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