25.04.2022 - “Já tem
desaparecido património
muito bom” em Angola,
lamentou o presidente do
CIALP, e também em
Moçambique e Cabo Verde
há a “tentação” de
demolir edifícios do
século XX, disse à Lusa
o arquiteto Rui Leão,
radicado em Macau.
O
presidente do Conselho
Internacional dos
Arquitetos de Língua
Portuguesa (CIALP), Rui
Leão, alertou este
domingo que o património
construído no século XX
nos países lusófonos
“está em grande risco de
vir a desaparecer em
massa.
“Em
Portugal menos, mas nos
outros países –
incluindo em Macau – o
património está muito
mal protegido, porque
não existe enquadramento
suficiente, estudo
contínuo e força
política também”, disse
à Lusa o arquiteto
radicado em Macau.
“Já tem
desaparecido património
muito bom” em Angola,
lamentou o presidente do
CIALP, e também em
Moçambique e Cabo Verde
há a “tentação” de
demolir edifícios do
século XX “porque dá
jeito em termos
políticos ter mais dois
ou três andares”.
Rui Leão
lembrou ainda o caso do
Palácio Gustavo Capanema,
“das peças mais
essenciais do património
do século XX
brasileiro”, que foi
colocado pelo governo
numa lista de imóveis a
serem leiloados. Em
fevereiro, um tribunal
do Rio de Janeiro deu
razão ao Ministério
Público Federal e
proibiu o governo de
aceitar qualquer
proposta de compra do
palácio, “o que poderia
levar a alterações
indesejadas”.
O
Conselho de Ministros da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP)
vai discutir na primeira
semana de maio uma
proposta do CIALP para
estabelecer uma listagem
de “património notável”
do século 20, revelou
Rui Leão. Há dois anos
que um grupo de trabalho
do CIALP tem vindo a
discutir os critérios
para cada país, disse o
arquiteto.
Apesar da
listagem não ter um
caráter vinculativo, se
for adotada pela CPLP,
“vai-nos permitir
trabalhar mais a fundo,
aí já com equipa de
pesquisa e universidades
associadas”, acrescentou
Rui Leão. O presidente
do CIALP diz ter
esperança de que a
Comissão do Património
Cultural da CPLP, criada
em 2017, possa ser um
“interlocutor” na
proteção do património
arquitetónico lusófono.
O
património do século 20
será o tema de uma das
duas mesas redondas que
o CIALP vai coorganizar
em Luanda, entre 3 e 5
de maio, no âmbito da
terceira edição da
Capital da Cultura da
CPLP. A iniciativa, que
irá celebrar o dia
mundial da língua
portuguesa, 5 de maio,
vai decorrer na capital
de Angola, que exerce
atualmente a presidência
rotativa da CPLP.
O CIALP
tem como membros as
ordens ou organismos
profissionais de
arquitetos de Angola,
Brasil, Cabo Verde, Goa,
Guiné-Bissau, Macau,
Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste. A
organização
não-governamental
representa “mais de 230
mil arquitetos”, o que
corresponde “a 18% dos
arquitetos mundiais”,
disse à Lusa em julho
Rui Leão.
O CIALP,
fundado em 1991, é uma
associação de direito
privado sem fins
lucrativos, com sede em
Lisboa, é parceiro
institucional da União
Internacional dos
Arquitetos (UIA) e
observador consultivo da
CPLP.
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