Um mundo com 8 mil
milhões de habitantes
exige solidariedade
para avanço do
desenvolvimento
sustentável

16.11.2022 -
A
população mundial atinge
esta terça-feira, 15de
novembro, 8 mil milhões
de habitantes. Este
marco é um sinal de
melhorias na saúde
pública, que reduziram o
risco de morrer e
aumentaram a esperança
de vida. Mas o momento
também é um apelo para
que a humanidade olhe
além dos números e
cumpra sua
responsabilidade
compartilhada de
proteger as pessoas e o
planeta, começando pelos
mais vulneráveis.
“Se
superamos o abismo entre
os que têm e os que não
têm, estamos nos
preparandopara um mundo
de 8 mil milhões de
pessoas cheio de tensões
e desconfiança, crise
econflito”, disse o
secretário-geral da ONU,
António Guterres.
Embora a
população mundial venha
a atingir cerca de 10,4
mil milhões na década
de2080, a taxa geral de
crescimento está a
diminuir. O mundo está
demograficamente mais
diverso do que nunca. Os
países estão a enfrentar
tendências populacionais
totalmente diferentes,
que vão do crescimento
ao declínio. Hoje, dois
terços da população
global vive em um
contexto de baixa
fecundidade, que ao
longo da vida é inferior
a 2,1 filhos por mulher.
Ao mesmo
tempo, o crescimento
populacional tem se
concentrado cada vez
mais nos países mais
pobres do mundo, a
maioria dos quais na
África Subsaariana.
Nesse contexto, a
comunidade global deve
garantir que todos os
países,
independentemente de
suas populações estarem
a crescer ou diminuir,
estejam equipados para
proporcionar uma boa
qualidade de vida para
suas populações e, em
particular, os mais
marginalizados.
“Um mundo
de 8 mil milhões é um
marco para a humanidade
– o resultado de uma
esperança de vida mais
longa, redução da
pobreza e declínio da
mortalidade materna e
infantil. No entanto,
focar apenas nos números
distrai-nos do
verdadeiro desafio que
enfrentamos: garantir um
mundo em que o progresso
possa ser desfrutado de
forma igual e
sustentável”, disse a
Diretora Executiva do
FNUAP.
“Não
podemos confiar em
soluções com a mesma
fórmula num mundo em que
a idade média é de 41
anos na Europa em
comparação com 17 na
África Subsaariana. Para
ter sucesso, todas as
políticas populacionais
devem integrar os
direitos reprodutivos na
sua essência, investir
nas pessoas e no planeta
e basear-se em dados
sólidos”, acrescentou a
Dra. Natalia Kanem.
O Dia
dos 8 mil milhões
representa uma história
de sucesso para a
humanidade. Porém,
levanta preocupações
sobre as ligações entre
o crescimento
populacional, a pobreza,
as mudanças climáticas e
a realização dos
Objetivos de
Desenvolvimento
Sustentável. A relação
entre crescimento
populacional e
desenvolvimento
sustentável é complexa.
O
rápido crescimento
populacional torna mais
difícil erradicar a
pobreza, combater a fome
e a desnutrição e
aumentar a cobertura dos
sistemas de saúde e
educação. Por outro
lado, alcançar os ODS,
especialmente aqueles
relacionados com a
saúde, educação e
igualdade de género,
contribuirá para
desacelerar o
crescimento da população
global.
Da
mesma forma que a
redução do ritmo do
crescimento populacional
ao longo de várias
décadas pode ajudar a
mitigar a degradação
ambiental, não se deve
confundir o crescimento
populacional com o
aumento das emissões de
gases de efeito estufa.
Porque os países com as
maiores taxas de consumo
e emissões são aqueles
onde o crescimento
populacional é lento ou
mesmo negativo. Contudo,
a maior parte do
crescimento da população
mundial está concentrada
nos países mais pobres,
que têm taxas de
emissões
significativamente mais
baixas, mas
provavelmente sofrerão
desproporcionalmente os
efeitos das mudanças
climáticas.
“Devemos acelerar nossos
esforços para cumprir os
objetivos do Acordo de
Paris, bem como alcançar
os ODS”, disse o
subsecretário-geral da
ONU para os Assuntos
Económicos e Sociais.
“Precisamos de dissociar
rapidamente a atividade
económica da atual
dependência excessiva da
energia de combustível
fóssil, bem como de
maior eficiência no uso
desses recursos, e
precisamos fazer disso
uma transição justa e
inclusiva que apoie os
que ficaram mais para
trás”, sublinhou Li
Junhua.
Para
inaugurar um mundo em
que os 8 mil milhões de
pessoas possam
prosperar, devemos
buscar soluções
comprovadas e eficazes
para mitigar os desafios
do nosso mundo e
alcançar os ODS,
priorizando os direitos
humanos. Encontrar essas
soluções, significa
aumentar o investimento
dos estados membros e
governos doadores em
políticas e programas
que trabalhem para
tornar o mundo mais
seguro, mais sustentável
e mais inclusivo.
Fonte FNUAP