PM são-tomense diz
que o Governo está
pronto para "muito
trabalho
e soluções" dos
problemas do país

15.11.2022 -
O
primeiro-ministro
são-tomense afirmou que
o seu "Governo pequeno",
de 11 ministros
empossados esta manhã
pelo Presidente da
República, está pronto
para "muito trabalho e
soluções" para os
problemas do país e que
serão anunciadas ainda
hoje.
"Todos os
são-tomenses esperam
deste Governo muito
trabalho e soluções para
os problemas que
enfrentamos e penso que
esta equipa está pronta
para, desde agora e
depois de terem recebido
as pastas, começarmos a
trabalhar", afirmou
Patrice Trovoada, após a
cerimónia de posse dos
membros do XVIII Governo
de São Tomé e Príncipe,
que decorreu na sede da
Presidência da
República.
O
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, nomeou
no sábado o XVIII
Governo do arquipélago,
que será composto por 11
ministros, quatro
mulheres e sete homens,
liderado por Patrice
Trovoada (Ação
Democrática
Independente, ADI), que
assumiu o cargo pela
quarta vez, depois de
2008, 2010-2012 e
2024-2018."Esta equipa
foi pensada exatamente
para responder aos
desafios do país",
comentou Patrice
Trovoada."Podíamos ter
20 ministérios, mas toda
a gente sabe quais são
as condições financeiras
do nosso estado atual.
Haverá
outras medidas que vão
indicar de facto que nós
temos muito cuidado em
controlar as despesas e
também controlar as
receitas, por isso é que
o Governo é um Governo
pequeno, 10 ministérios,
11 ministros e a
situação manda realmente
nós tentarmos conter as
despesas", disse o
primeiro-ministro.
Patrice
Trovoada justificou
também a ausência de
algumas áreas, como o
Turismo, na nomenclatura
dos ministérios,
referindo que os
ministérios criados
abarcam "uma série de
setores e haverá pontos
de concentração" que
estarão refletidos na
orgânica do executivo.
O novo
Governo realizará hoje a
sua primeira sessão do
Conselho de Ministros
para anunciar as
primeiras medidas que,
segundo Patrice
Trovoada, resultam de
"uma ponderação".Por
isso, justificou, "não
haverá hoje decisões
espetaculares", mas
haverá "uma ou outra
decisão forte", e quando
o executivo entrar "na
velocidade cruzeiro",
mudará aquilo que for
necessário.
"Nós
vamos hoje tomar
conhecimento de factos
reais. Vamos entrar
dentro dos dados que
existem, os que não
existem, mas o que é
preciso perceber é que
onde for necessário nós
tocarmos, tocaremos, mas
será de uma maneira
fundamental", explicou o
chefe do executivo
são-tomense.
"Nós
conhecemos qual é a
capacidade da nossa
administração, nós
conhecemos quais são os
constrangimentos, nós
somos um país
democrático, a
alternância não poderá
desta vez constituir
simplesmente que uns
saem para que outros
entrem", disse Patrice
Trovoda.
O
primeiro-ministro disse
que o seu executivo vai
"obedecer às regras" e
"ter alguma cautela"
porque quer "conservar
todos os melhores
quadros" que existem no
país e ao mesmo tempo
"dar oportunidades
também a outras
pessoas". Trovoada
justificou a manutenção
do ministro da Defesa
Nacional do Governo
cessante, Jorge Amado (ex-líder
do Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe), - e que agora
ocupa também a pasta da
Ordem Interna - como
sinal da abertura que
prometeu durante a
campanha eleitoral e por
este ter a sua confiança
e ser da confiança do
Presidente da República,
por se tratar de "um
setor que é de certa
maneira partilhado".
"Quanto
ao seu desempenho no
Governo anterior, acho
que há uma satisfação
geral, por isso tal como
eu disse, é um governo
aberto, não só do ADI",
precisou Patrice
Trovoada. O novo Governo
integra sete homens e
quatro mulheres e um
novo Ministério dos
Direitos da Mulher,
tutelado por Maria
Milagre.
Patrice
Trovoada disse que
considera que "as
mulheres, nomeadamente
as mulheres
são-tomenses, são os
pilares da família", por
isso este ministério é
um reconhecimento de que
"é preciso fazer mais e
melhor para as
mulheres".
"Não
basta só convenções
internacionais a que
aderimos, não basta só
toda uma produção
legislativa, mas as
mulheres têm que sentir
que na prática a sua
situação está a melhorar
e que este Governo vai
de uma maneira
transversal colocar e
resolver as questões do
dia-a-dia, as
preocupações das
mulheres, as questões de
literacia financeira das
`palaiês` [vendedoras de
peixe], as questões de
acesso ao crédito,
empreendedorismo,
evidentemente a
violência familiar,
enfim, colocar as
mulheres como o centro,
o pilar da família",
explicou.
No novo
Governo de Patrice
Trovoada, quase todos os
ministros são novos em
relação ao executivo que
chefiou de 2014 a 2018,
exceto a ministra da
Justiça, Administração
Pública e Direitos
Humanos, Ilza Amado Vaz,
que volta a ocupar o
cargo."
As
pessoas têm que se
habituar à renovação,
nós somos 200 mil,
acredito que há muitos
talentos, é preciso
renovar e quando existe
alternância, não é
alternância entre os
mesmos", salientou. O
primeiro-ministro
sublinhou que "é preciso
renovar" e "dar
oportunidade", mas
assegurou que pessoas
que não figuram hoje no
Governo "serão chamadas
a exercer outras
responsabilidades sempre
em benefício dos
são-tomenses" porque
tiveram e continuam a
ter a sua confiança.
Trovoada
foi nomeado
primeiro-ministro na
sexta-feira e pediu
"concentração máxima" ao
seu Governo e aos
agentes públicos para
resolver vários
problemas, da economia à
saúde, depois de
denunciar a "decadência"
do país."Temos de
trabalhar muito para
quebrar este ciclo em
que a ganância de uns e
o amadorismo de outros
colocaram o país",
referiu o líder da ADI,
que venceu as
legislativas de 25 de
setembro com maioria
absoluta (30 deputados
de um total de 55 na
Assembleia Nacional).
Lusa