Escola portuguesa em São
Tomé prepara alargamento
para responder à procura
18.07.2024 -
A Escola Portuguesa de
São Tomé e Príncipe está
em fase de reabilitação
e alargamento para
responder à procura de
alunos no arquipélago,
que duplicou para 700
desde a sua criação em
2016, disse à Lusa a
diretora da instituição
.Manuela
Costeira, que lidera a
direção da escola desde
a sua fundação, referiu
que atualmente existem
"listas de espera",
porque a escola "não
comporta mais alunos",
estando prevista, dentro
de um ano, a construção
de uma nova escola de
pré-escolar e primeiro
ciclo e mais salas para
mais turmas do segundo e
terceiro ciclo e
secundário, bem como um
ginásio e auditório.
"Pelo que
nós vemos, por este
progresso, tem sido uma
evolução muito positiva
da escola. Penso que
isso se reflete na
sociedade e no país, daí
a procura. Cada vez mais
pais pretendem ter cá os
seus filhos", disse
Manuela Costeira.
Segundo a
diretora, a escola
funciona do primeiro ao
décimo segundo ano, com
o curriculum português,
sendo que cerca de 90%
dos alunos são
são-tomenses ou com
dupla nacionalidade
(são-tomense e
portuguesa), havendo
também filhos de alguns
portugueses que vêm em
cooperação e estão no
país "há um, dois anos",
e ainda de alguns
residentes.
Manuela
Costeira disse que
escola entra no "ranking
das escolas em Portugal
e dos exames" e tem
vindo a melhorar a sua
posição a cada ano,
apesar dos
desafios."Este ano
soubemos que melhorámos
100 lugares, o que é
muito bom, mas ainda há
um grande trabalho a
fazer. Nós sabemos que
muitos dos nossos alunos
não têm condições
económicas muito boas.
Os pais
fazem um grande esforço
para que eles cá
estudem, mas depois,
quando eles saem da
escola, não têm aquelas
condições que há em
Portugal", nomeadamente
a internet em casa,
eletricidade permanente
ou computador,
afirmou."Portanto, é já
um esforço grande dos
nossos alunos que eles
fazem para acompanhar o
ensino português. Mas
penso que sim, que
estamos a conseguir e,
com o tempo, cada vez
estamos a ter melhor
sucesso", sublinhou
Manuela Costeira.
A escola
tem atualmente 53
professores, sendo a
maioria oriundos de
Portugal, mas também há
são-tomenses que
estudaram em Portugal ou
têm equivalência da
formação para lecionar
em Portugal. Além das
atividades curriculares,
a escola tem promovido
atividades sociais e
culturais, e participado
em eventos
internacionais para
promover Portugal e São
Tomé e Príncipe.
"Somos
uma escola portuguesa,
com certeza, mas vivemos
em São Tomé e, portanto,
os alunos têm de
continuar a manter
contato com as suas
realidades", referiu
Manuela Costeira,
adiantando que são
lecionadas duas
disciplinas - História e
Geografia de São Tomé e
Príncipe e Língua e
Cultura de São Tomé e
Príncipe -, o que "é
muito importante para
eles não perderem as
suas raízes".
"Tentamos
ter bastante inclusão,
nomeadamente na parte
económica. Nós
conseguimos todos os
anos ter alguns alunos
que não pagam a propina
total, porque eu sei que
o país está em
dificuldade, mas todos
temos direito à educação
e, portanto, também
fazemos um esforço para
conseguir ter sempre
alguns alunos que estão
cá pelo mérito e não
porque os pais têm
dinheiro para os colocar
cá", acrescentou.
Vários
dirigentes portugueses
que passam por São Tomé
visitam a Escola
Portuguesa, como
acontecerá hoje com o
ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros,
Paulo Rangel."Para nós é
muito importante, até
porque nós consideramos,
de certa forma, que a
escola acaba por ser uma
segunda embaixada de
Portugal neste país.
Transmitimos também a
cultura portuguesa, ao
mesmo tempo que a
são-tomense, e é
importante termos sempre
um reforço e sentirmos o
apoio dos nossos
dirigentes quando cá vêm
[...], porque sentimos
que é muito importante
esta ligação com
Portugal e perceber que
Portugal também
reconhece o nosso
trabalho enquanto
`embaixadores` de
Portugal neste país",
sublinhou Manuela
Costeira. Lusa