PM são-tomense quer
ajuda de empresas
petrolíferas na
transição energética
28.06.2024 -
O
primeiro-ministro
são-tomense pediu hoje o
apoio das empresas
petrolíferas que operam
na Zona Económica
Exclusiva para a
efetivação da transição
energética, sublinhando
que quer um país virado
para o turismo e que
preserva o ambiente.
Patrice
Trovoada falava enquanto
orador numa conferência
internacional no âmbito
dos 20 anos da
institucionalização da
Agência Nacional de
Petróleo de São Tomé e
Príncipe (ANP-STP) que
se vai assinalar no
domingo.
O chefe
do Governo são-tomense
que disse ser um dos
primeiros a lidar com a
meteria petrolíferas em
São Tomé e Príncipe
desde 1998, apontou os
desafios, erros e
aprendizagens que o país
tem passado neste
processo, sem ainda
descobrir o produto em
quantidade
comercializável.
"Estamos
numa fase relativamente
avançada na busca do
potencial comercial [..]
nessa história entre o
sonho até o realismo, eu
acho que nós não estamos
mal. Estamos bem, leva
tempo, mas estamos a
caminhar com os passos
certos", pontuou,
Patrice Trovoada.
Face às
preocupações ambientais
e desafios energéticos
em São Tomé e Príncipe o
primeiro-ministro
são-tomense pediu apoio
das empresas para a
transição
energética."Nós queremos
um país descarbonizado,
queremos um país virado
sobretudo para o
turismo, queremos um
país em que se preserve
de facto o ambiente
sobre todas as suas
formas, mas queremos
também rendimentos",
precisou.
O chefe
do governo são-tomense
defendeu que as ações
petrolíferas e do gás
deverão ficar em
'offshore', mas o que
tiver que ser "inshore",
será sempre com a
"preocupação de fazer as
coisas mais limpas
possíveis, com menos
agressão possível ao
meio ambiente", sendo
necessário sensibilizar
a população para "a
mentalidade e a cultura
ambiental"."Se amanhã
tivermos petróleo nós
não queremos que essa
euforia nos leva a
aceitar tudo e de todos,
só por causa do
dinheiro", defendeu
Patrice Trovoada.
O
primeiro-ministro
são-tomense referiu que
o "petróleo é um recurso
necessário",
equiparando-o ao
diamante ou o ouro, mas
considerou que os seus
benefícios devem ser
direcionados para
melhorar a vida das
pessoas "e criar uma
perspetiva de futuro que
seja sustentável".
Mininutos
depois, no seu discurso
de encerramento da
conferência Patrice
Trovoada sublinhou que o
seu Governo é
"reformista e é um
Governo que quer que o
país seja um país
competitivo", mas não
está virado unicamente
para o petróleo."Já
deixámos de sonhar, nós
estamos a contar com
turismo, com cacau, com
a pesca e o petróleo é
um bónus, nós não
estamos de facto
focalizado que tudo vai
depender de petróleo",
disse Patrice Trovoada.
O chefe
do Governo disse que
está a procura de "zonas
especiais económicas
noutros países
africanos" para otimizar
as operações
petrolíferas em São Tomé
e Príncipe, nomeadamente
para a utilização das
bases de pesquisas
petrolíferas para evitar
a duplicação de custos.
No início
da conferência o
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, que
tutelou diretamente o
setor do petróleo,
enquanto ministro das
Infraestruturas e
Recursos Naturais,
apelou ao melhor uso dos
financiamentos derivados
das responsabilidades
sociais das empresas
petrolíferas.
"É
imperativo que saibamos
tirar desses
financiamentos o maior
proveito possível,
equacionando a melhor
forma e o melhor método
de lhes dar uso, em
benefício de todas as
franjas da sociedade,
isto é em benefício da
Nação são-tomense",
disse Carlos Vila Nova.
"Consciente das nossas
enormes dificuldades,
reconheço que as
expectativas em geral
são altas, pelo que
gostaria de apelar, mais
uma vez, ao controle
emocional de todos e
focar os nossos
pensamentos e ações no
bem-estar de todos os
são-tomenses e do nosso
querido país",
acrescentou o chefe de
Estado são-tomense.
A
primeira perfuração no
país foi feita em 2022,
pelo consórcio formado
por Galp e Shell, sem
descobrir petróleo em
quantidade comerciável.
JYAF // RBFLusa/Fim