PR são-tomense quer
envolvimento da oposição
na busca de acordo
com o FMI
13.06.2024 -
O
Presidente são-tomense
considerou que a
situação económica e
financeira do país,
associada à falta de
acordo com o Fundo
Monetário Internacional
exige envolvimento de
todos, incluindo a
oposição, contrariando a
posição do
primeiro-ministro.
Carlos
Vila Nova respondia à
Lusa no aeroporto de São
Tomé, no regresso ao
país, após participar na
Cimeira Coreia-África.
"Eu penso que essa
questão é tão
transversal, que
ultrapassa a competência
dos órgãos de soberania.
Nós
precisamos do
envolvimento de todos e
eu não pouparei esforços
em tentar envolver o
máximo de colaboração ou
pedir o máximo de
colaboração das forças
vivas da nação, porque o
momento
económico-financeiro que
o país atravessa é
sério. Então exige de
todos ponderação,
esforço, dedicação e
energia para
ultrapassarmos esse
momento", defendeu
Carlos Vila Nova.
Quando
instado a esclarecer se
incluía a oposição
quando se referia a
todos, Vila Nova
sublinhou que "a
oposição não estando a
suportar o Governo",
contribui para uma boa
governação "e ela tem
que ser associada a esse
processo".
No
sábado, quando
questionado se ponderou
chamar a oposição para a
mesa das negociações com
o FMI, o
primeiro-ministro,
Patrice Trovoada
descartou esta hipótese,
vaticinando que "até o
FMI pode ficar mal
disposto de ver a cara
daqueles que não
respeitaram o acordo com
eles"."É uma decisão que
me cabe. A agenda do
Presidente da República
não depende de nenhum
outro órgão, portanto,
se eu tiver que chamar a
oposição, chamarei
oposição", assegurou
Carlos Vila Nova, quando
confrontando com as
declarações do
primeiro-ministro.
Na
terça-feira o presidente
do Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD,
lançou "veemente apelo"
e desafiou técnicos e
académicos a
esclarecerem o povo
sobre os números e a
situação económica do
país.
"Quero
instar, quero pedir as
universidades, a
associação dos
economistas,
contabilistas, outros
estudiosos, nacionais e
internacionais para
pegarem nesse dossier
[...] para poder,
tecnicamente falar com
maior propriedade,
talvez com maior
credibilidade do que os
políticos porque os
números não mentem",
apelou Jorge Bom Jesus.
"Concordo
com a necessidade de
intervenção de todos e
no que dependerá de mim
todos estarão
envolvidos", assegurou
hoje o Presidente da
República.Segundo
Patrice Trovoada, "as
pistas de solução"
apresentadas "para as
contas baterem certo"
passam pelo aumento do
combustível em 30%,
aumento da eletricidade
em 20% e do Imposto
sobre Valor Acrescentado
(IVA) em 2%, além da
necessidade de um
parceiro para "financiar
a taxas concessionais
uma grande parte da
importação de
combustível".
"Isso é
uma pista, mas não nos
traz a solução",
sublinhou Patrice
Trovoada, que esteve
reunido na semana
passada com a missão
técnica do Fundo que
esteve no arquipélago.
Por outro lado, quando
questionado sobre as
informações avançadas
pelo presidente do
Tribunal de Contas
segundo as quais a
Presidência da República
integra o grupo de 45
instituições que não
apresentou o relatório
do ano passado, Carlos
Vila Nova refutou,
afirmando que tem
conhecimento "que os
serviços da Presidência
entregaram em tempo às
contas de 2023".
"Espero
da direção do Tribunal
de Contas uma atitude
que corresponde às
necessidades, aos
objetivos para que a
instituição foi criada
[...] espero da
instituição uma
instituição reguladora,
que orientar, que ajude
e não uma espécie de
braço armado, de outro
órgão [...] ela tem que
funcionar, não fazendo
de contas. Tem que fazer
as contas", sublinhou
Carlos Vila Nova.
Além da
Presidência, o
Presidente do Tribunal
de Contas referiu que
também o Banco Central e
o Governo Regional do
Príncipe, também não
haviam apresentado as
contas.O Governo
regional, formalizou a
entrega do documento na
semana passada, mas
também garantiu que
sempre entregou às
contas.
JYAF //
RBFLusa/Fim