FAO apoia Governo na
formulação de um plano
de ação para
a empregabilidade dos
jovens agricultores

11.08.2023 -
FAO apoia
Governo na formulação de
uma estratégia nacional
e um plano de ação para
a empregabilidade dos
jovens nas profissões
agrícolas em São Tomé e
Príncipe. O Assistente
ao Representante da
Organização das Nações
Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO) em
São Tomé e Príncipe,
Argentino Pires dos
Santos, foi recebido
ontem em audiência, pela
Ministra da Juventude e
Desporto, Eurídice
Semedo Medeiros.
O
encontro que foi o
primeiro desde a
investidura da ministra
ao cargo, serviu para
efectuar a entrega do
documento de projecto,
relativo ao projecto
Apoio à formulação de
uma estratégia nacional
e um plano de ação para
a empregabilidade dos
jovens nas profissões
agrícolas em São Tomé e
Príncipe (STP).A
República Democrática de
São Tomé e Príncipe é um
Pequeno Estado Insular
pobre em África, com uma
taxa de incidência de
pobreza de 66,7% (2017)
e pobreza extrema de
47%.
O setor
agrícola contribui com
20% do PIB e emprega
cerca de 80% da
população ativa.Este
sector agrícola, outrora
fonte/gerador de
empregos e distribuição
de riquezas graças às
culturas de rendimento,
em particular o café e o
cacau, apresenta agora
um fraco desempenho
devido a uma agricultura
familiar de subsistência
muito baixa e
desestruturada, pois
depende sobretudo da
oscilação das chuvas e
riscos climáticos.
As
consequências diretas
desse baixo desempenho
agrícola podem ser
explicadas pelo
altíssimo índice de
êxodo rural de jovens.
De fato, muitos jovens,
homens e mulheres, que
representam
respectivamente a
população ativa,
embarcaram em um êxodo
maciço para os centros
urbanos em busca de
trabalho. No entanto, as
cidades não conseguem
absorvê-los por causa da
economia estagnada e do
volume muito
insuficiente de oferta
de empregos.
O
desemprego de jovens e
mulheres também é
agravado pelo de jovens
licenciados e muitos
outros
desistentes.Segundo
dados do Banco Mundial
(2021), cerca de metade
dos adultos em idade
ativa para trabalhar
pertencentes ao quintil
mais pobre, não
trabalha. Aliás, o
desemprego e a baixa
participação no mercado
de trabalho,
principalmente entre
mulheres e jovens,
contribuem para um alto
risco de pobreza e
constituem uma
verdadeira bomba-relógio
social para o governo.
As
profissões do sector
agrícola, pouco
atractivas em STP,
poderão absorver toda ou
parte desta população se
os sistemas
agro-alimentares forem
modernizados. Ou seja,
um setor agrorural,
dotado de tecnologias
inovadoras e agricultura
inteligente, mobilizaria
mais jovens para o
empreendedorismo
agrícola.
Consciente da
importância e dos
desafios do sistema
agro-alimentar na
criação de emprego e na
redistribuição da
riqueza, o Governo
constituiu este
Departamento no
Ministério da Juventude
e Desportos (MJD) para
responder às
necessidades dos jovens.
O Ministério também tem
uma Estratégia Nacional
de Política de
Juventude.

No
entanto, é notória a
falta de uma estratégia
dedicada e de propostas
de projectos atractivos
para os jovens e a falta
de recursos para a sua
implementação, sobretudo
ao nível da integração e
reinserção de jovens e
mulheres nas profissões
agrícolas. Isso
constitui um verdadeiro
gargalo para o país,
deixando as populações
abandonadas à sua triste
sorte.
Com base
no exposto, o Governo
solicitou a ajuda da FAO
para lhe fornecer um
apoio técnico
substancial a fim de
ajudá-lo a: (i) fazer um
diagnóstico do estado
atual enfrentado pelos
jovens; (ii) propor um
documento de estratégia
nacional de emprego
jovem, juntamente com um
plano de ação com ideias
de projetos viáveis; e (ii)
iniciar um estudo-ação
ou projeto-piloto de
digitalização agrícola.
Por
outras palavras,
trata-se da necessidade
de lançar uma aposta
acrescida no sector
agro-alimentar como
fonte de emprego digno
para os jovens. De
facto, o Governo não tem
uma estratégia nacional
de emprego jovem. Os
dados sobre o setor
agrícola no sentido
amplo do termo e as
oportunidades de emprego
que esse setor pode
oferecer por localidade
são obsoletos ou mesmo
inexistentes. Portanto,
preencher essa lacuna de
conhecimento é um fator
chave de sucesso para a
empregabilidade dos
jovens e oportunidades
de emprego no setor
agrícola e de segurança
alimentar.
Esta
assistência permitirá em
termos de abordagem
analisar e descrever a
situação do país de
forma inclusiva,
centrando-se nas causas
e implicações da
situação na fragilidade
do sistema de absorção
pela agricultura de
jovens e mulheres que
constituem as populações
mais vulneráveis.
Através
de um diagnóstico, serão
examinados os
progressos, lacunas,
oportunidades e
restrições para produzir
um documento de
Estratégia Nacional,
incluindo um Plano de
Ação para promover, em
favor dos jovens nas
profissões agrícolas, a
fim de ajudar o país a
cumprir seu compromisso
com a Agenda 2030 e às
metas relevantes dos
ODS.
O
objetivo do
financiamento solicitado
é: (i) fazer um
diagnóstico da situação
atual dos jovens e
avaliar/analisar as
oportunidades existentes
para empregos agrícolas
decentes; (ii) formular
uma estratégia nacional,
acompanhada de um plano
de ação para a
integração dos jovens em
profissões agrícolas
inovadoras; e (iii)
iniciar uma ação/projeto
piloto de digitalização
da agricultura.
É
esperado que com a
implementação deste
projecto, o desemprego e
a pobreza entre homens e
mulheres jovens seja
reduzido por meio do seu
acesso a empregos
decentes em ocupações
agrícolas, e que uma
Estratégia Nacional para
a inserção de jovens e
mulheres nos sistemas
agroalimentares esteja
disponível e alinhada
com a agenda 2030.
O
referido projecto que
terá a duração de dois
anos, e que está
avaliado em duzentos mil
dólares, surgiu devido a
um pedido do Governo a
FAO, no quadro dos
encontros que a
organização manteve com
o Ministério da
Juventude e Desporto.
Ainda
durante o encontro, o
Assistente ao
Representante da FAO-STP
e a Ministra da
Juventude e Desporto,
trocaram impressões
sobre as diversas áreas
em que a FAO e o
ministério poderão vir a
cooperar, onde a
dirigente deu enfâse na
formação e capacitação
dos jovens, sobretudo no
domínio agrícola.
Fonte:
FAO-STP