ONU preocupada com 
														alegações de tortura e 
														maus-tratos 
														
														
														
														a detidos na tentativa 
														de golpe em São Tomé
														
														
														
														
														09.08.2023 - 
														As Nações Unidas 
														manifestam "profunda 
														preocupação com as 
														alegações de tortura e 
														maus-tratos infligidos" 
														por militares 
														são-tomenses, no âmbito 
														da alegada tentativa de 
														golpe de Estado de 25 de 
														novembro de 2022, 
														segundo um relatório 
														hoje tornado público.
														
														No 
														documento, de 15 páginas 
														e dirigido ao Governo de 
														São Tomé e Príncipe, os 
														sete peritos da 
														Organização das Nações 
														Unidas (ONU) questionam 
														as "torturas e outros 
														tratamentos cruéis, 
														desumanos ou 
														degradantes" a cinco dos 
														detidos numa alegada 
														tentativa de golpe de 
														Estado, quatro dos quais 
														terão morrido na prisão 
														quando se encontravam 
														sob custódia das forças 
														armadas são-tomenses.
														
														
														"Estes 
														atos de violência foram 
														alegadamente perpetrados 
														por membros das forças 
														armadas de São Tomé e 
														Príncipe durante os 
														acontecimentos de 25 de 
														novembro de 2022. 
														Recebemos também 
														alegações, na sequência 
														destes acontecimentos, 
														de que não foram 
														prestados os cuidados 
														médicos necessários às 
														pessoas detidas (...) 
														bem como ameaças e atos 
														de intimidação contra as 
														pessoas associadas às 
														vítimas e os seus 
														representantes legais", 
														destaca o relatório. 
														Segundo as autoridades 
														são-tomenses, em 25 de 
														novembro um grupo de 
														pessoas, entre 
														ex-militares e civis, 
														atacaram o 
														quartel-general das 
														forças armadas do país, 
														numa tentativa de golpe 
														de Estado. 
														
														Os 
														peritos sublinham que 
														embora não pretendam 
														"nesta fase, julgar a 
														exatidão destas 
														alegações", manifestam a 
														sua "profunda 
														preocupação com as 
														alegações de tortura e 
														maus-tratos infligidos a 
														cinco pessoas por 
														membros das forças 
														armadas de São Tomé e 
														Príncipe, que 
														alegadamente resultaram 
														na morte sob custódia de 
														quatro delas: Isaac da 
														Glória Lopes Afonso, 
														Gonçalo Evaristo Bonfim, 
														Isiquias Lopes Afonso e 
														Arlécio Costa". 
														
														
														Os 
														peritos declaram-se 
														"igualmente preocupados 
														com a alegação de que 
														foi negada" ao detido 
														Bruno Afonso dos Santos 
														Lima (Lucas) 
														"assistência médica 
														adequada na sequência do 
														tratamento a que foi 
														submetido, apesar das 
														recomendações do médico 
														que o examinou durante a 
														detenção".
														
														Nesse 
														sentido, recordam "o 
														princípio fundamental de 
														que, quando uma pessoa é 
														privada da sua liberdade 
														pelo Estado, este tem a 
														obrigação de atuar com a 
														máxima diligência para 
														proteger os direitos 
														dessa pessoa e garantir 
														a sua saúde". 
														
														
														"Se uma 
														pessoa morre em 
														resultado de ferimentos 
														sofridos durante a 
														detenção, existe uma 
														presunção de 
														responsabilidade do 
														Estado que deve ser 
														seriamente clarificada", 
														sublinha. No relatório, 
														de 31 de maio, os 
														peritos pedem ao 
														executivo são-tomense 
														que responda no prazo de 
														60 dias, tendo essa 
														resposta, com a data de 
														10 de junho, sido 
														enviada pelo ministro 
														dos Negócios 
														Estrangeiros, Cooperação 
														e Comunidades, Alberto 
														Pereira. 
														
														Na 
														resposta, de 20 páginas, 
														Alberto Pereira 
														considera "que os factos 
														relatados são opiniões 
														subjetivas que foram 
														divulgadas em discursos 
														e nas redes sociais sem 
														qualquer base em provas, 
														documentação ou normas 
														jurídicas, pelos 
														partidos políticos que 
														governaram o país de 
														2018 a 2022". 
														
														
														"Muitas 
														destas alegações já 
														foram repetidas, por 
														algumas pessoas (...) 
														que tinham conhecimento 
														prévio dos atos 
														preparatórios do golpe 
														de Estado", acrescenta, 
														vincando que "todas as 
														alegações de maus-tratos 
														contra o detido Lucas e 
														as alegações de falta de 
														tratamento médico e de 
														alimentação nos serviços 
														prisionais não 
														correspondem à 
														realidade". 
														
														O chefe 
														da diplomacia 
														são-tomense sublinha que 
														São Tomé e Príncipe 
														"condena todas as 
														práticas de violação dos 
														direitos humanos" e que 
														adotou "todas as medidas 
														para garantir à justiça 
														a descoberta da verdade 
														e responsabilização das 
														pessoas implicadas nos 
														atos de tortura".
														
														O 
														governante são-tomense 
														"condena as práticas e 
														alegações formuladas 
														cujo objetivo final é 
														simplesmente criar 
														perturbações na 
														governação, traduzidas 
														pela ação de políticos e 
														de indivíduos que 
														desejam tirar partido 
														dos acontecimentos de 25 
														de novembro para 
														concretizar o seu 
														projeto de impedir o 
														Governo saído das urnas 
														de governar e trabalhar 
														para o desenvolvimento 
														do país no respeito das 
														regras da democracia".
														
														
														O 
														ministro frisa, a 
														concluir, que "o Governo 
														condena e repudia estes 
														tristes acontecimentos e 
														considera que se trata 
														de atos isolados que não 
														caracterizam o povo 
														são-tomense nem as 
														instituições militares". 
														Para Alberto Pereira, 
														São Tomé e Príncipe "não 
														deve ser considerado 
														como um Estado que não 
														respeita a proteção dos 
														direitos humanos".
														
														
														(CORRIGE 
														NO 14.º PARÁGRAFO A 
														CITAÇÃO DO MINISTRO QUE 
														SÃO "ATOS QUE NÃO 
														CARACTERIZAM O POVO 
														SÃO-TOMENSE NEM AS 
														INSTITUIÇÕES MILITARES")
														
														
														EL // LFS