Angola promete não
deixar São Tomé sozinho
na presidência da
CPLP

25.07.2023 -
Angola
iniciou hoje a passagem
gradual da presidência
rotativa da Comunidade
de Países de Língua
Portuguesa (CPLP) para
São Tomé e Príncipe, com
o chefe da diplomacia
angolana a prometer não
deixar o arquipélago
sozinho no seu mandato.
"Esse é
um exercício de
estafetas. Corremos,
[mas] não vamos deixar a
chama a São Tomé e
Príncipe sozinho, porque
também nesta reunião nós
abordamos a questão da
`troika`, a forma como a
organização deve velar
de forma a que a
organização que sucede a
outra possa continuar a
apoiar a quem preside e
quem virá comece já a
ver com um pouco mais de
profundidade o que
acontece na
organização", disse Téte
António, após uma
cerimónia na capital
são-tomense.
Segundo o
ministro das Relações
Exteriores angolano, o
ato serviu também para
passar em revista o que
foi a presidência
angolana, que teve o
tema "Construir e
fortalecer um futuro
comum e sustentável", e
que terminará
formalmente em 27 de
agosto, durante a
cimeira de São Tomé.
"Insistimos sobre os
aspetos económicos que a
organização deve
comportar, introduzimos
o pilar económico, o
departamento dos
assuntos económicos
dentro do secretariado,
também trabalhámos na
revisão do estatuto dos
observadores associados,
e há um processo de
regulamento interno que
foi iniciado e com
certeza vai ser
continuado por São Tomé
e Príncipe", recordou o
chefe da diplomacia
angolana.
O
ministro dos Negócios
Estrangeiros
são-tomense, Alberto
Pereira, sublinhou que
as atividades de
preparação da cimeira e
da presidência da CPLP
não começam nem terminam
no dia da reunião dos
chefes de Estado e de
Governo."A CPLP é uma
organização evolutiva,
os dossiês poderão
iniciar-se numa
presidência e continuar
para uma outra
presidência. Portanto, a
cimeira será o marco
onde haverá a passagem
oficial de um Estado
para o outro", disse.
"Tivemos
conhecimento de vários
dossiês, muitos que
foram iniciados pela
Presidência angolana, e
como não podia deixar de
ser terão continuidade
com a presidência
são-tomense. Tivemos
aquela disponibilidade
de Angola que foi
manifestada em continuar
a trabalhar connosco
para que a nossa
presidência possa ser
uma presidência também
com muito sucesso",
sublinhou o chefe da
diplomacia são-tomense.
A
cerimónia de passagem
gradual da presidência
de Angola acontece cerca
de um mês antes de São
Tomé e Príncipe acolher
a XIV Conferência de
Chefes de Estado e de
Governo da CPLP.São Tomé
e Príncipe sucede a
Angola na presidência
rotativa da organização,
por um período de dois
anos, sendo a "Juventude
e Sustentabilidade" o
tema escolhido pelo país
lusófono para o biénio
de 2023 a 2025.Angola,
Brasil, Cabo-Verde,
Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste
são os nove
Estados-Membros da
organização lusófona.
Os
embaixadores angolanos
Maria Cuandina Tchilepa
de Carvalho, directora
Europa do Ministério das
Relações Exteriores, e
Francisco Oliveira
Encoge, representante da
missão permanente de
Angola junto da CPLP em
Lisboa, também
participaram na
cerimónia na capital
são-tomense.