Portugal e São Tomé
apontam sucesso de
missão
de cinco anos do
navio Zaire

10.07.2023 -
As
autoridades são-tomenses
e portuguesas
assinalaram hoje o fim
da missão de mais de
cinco anos do navio
português NRP Zaire em
São Tomé, considerada
como um sucesso na
cooperação bilateral
entre países lusófonos
na segurança marítima.
"Amissão do NRP Zaire
que agora termina teve
na sua génese uma visão
comum entre os nossos
dois países sobre a
imperativa necessidade
de segurança marítima na
região do Golfo da
Guiné. Existe uma real
exposição a ameaças que
prejudicam este país.
Estas ameaças afetam a
estabilidade, a paz a
sustentabilidade dos
recursos marinhos e
bem-estar das
populações. Por isso,
exige-se uma efetiva
segurança marítima nesta
região", assinalou o
Chefe do Estado-Maior da
Armada portuguesa.
O
almirante Gouveia e Melo
defendeu que "as ameaças
à segurança marítima de
um país devem ser sempre
também entendidas como
ameaças transnacionais",
porque atravessam as
fronteiras marítimas "afetando
países africanos e
europeus, impactando
negativamente as suas
relações comerciais,
sociais e
culturais".Gouveia e
Melo sublinhou que a
missão do NRP Zaire teve
uma "natureza única" por
ter sido operada por uma
guarnição mista de 23
militares portugueses e
14 são-tomenses.
"Neste período de
missão, o 'Zaire' contou
com 2.013 dias de
missão, tendo percorrido
mais de 37 mil milhas.
No mar, realizou 19
ações de busca e
salvamento, as quais
resultaram no salvamento
de 18 vidas, 31 ações de
fiscalização conjunta,
13 ações de segurança
marítima no âmbito da
pirataria, oito
vistorias a navios no
mar e também participou
em diversos exercícios
internacionais",
descreveu Gouveia e
Melo.
A
missão do NRP "Zaire"
promoveu atividades de
formação em saúde,
limitação de avarias,
abordagem de navios ou
manutenção. O ministro
são-tomense da Defesa,
Jorge Amado, reconheceu
que "pela sua posição
geoestratégica, São Tomé
e Príncipe encontra-se
exposto às ameaças à sua
segurança marítima",
nomeadamente a pesca
ilegal não declarada e
não regulamentada, a
pirataria marítima, o
roubo ou obtenção ilegal
de recurso marinhos, o
tráfico de pessoas e
bens, a criminalidade
organizada, a poluição e
outras ameaças
ambientais e o
terrorismo..
Jorge
Amado assinalou as
"diversas ações de
pirataria marítima" nos
países ribeirinhos do
Golfo da Guiné, enquanto
zona de intenso tráfego
marítimo, que "colocam
em risco a estabilidade
geopolítica da região e
a economia global".
"O
futuro desta cooperação
no domínio da defesa
entre Portugal e São
Tomé e Príncipe não
termina com a partida do
NRP Zaire. Esta ação
decorre de mais um
pedido feito à Portugal
para colocar em São Tomé
e Príncipe mais um meio
mais moderno com
elevados índices de
eficácia que se
consubstanciou com a
vinda do NRP Centauro
[...] um meio mais
moderno, mais rápido,
com equipamento mais
avançado", sublinhou o
ministro da Defesa
são-tomense.
O
novo navio e embarcação
de fiscalização enviados
por Portugal deverão
chegar a São Tomé dentro
de dois meses para dar
continuidade ao projeto
de cooperação de
fiscalização conjunto do
mar são-tomense e do
Golfo da Guiné.