27.06.2023 - O Governo
angolano e o Banco
Mundial (BM) assinaram
ontem, em Luanda, um
acordo de 300 milhões de
dólares para o Projecto
de Aceleração da
Diversificação Económica
e Criação de Emprego.
O acordo foi rubricado
entre a ministra das
Finanças de Angola, Vera
Daves de Sousa, e pelo
director regional do
Banco Mundial para
Angola, Burundi,
República Democrática do
Congo e São Tomé e
Príncipe, Albert Zewfack.
Na sua intervenção, a
vice-presidente do BM,
Vitoria Kuakua, referiu
que este projeto apoia o
“pilar crítico” da
diversificação do
próximo plano de
desenvolvimento
nacional, destacando a
importância de Angola
desenvolver os setores
não petrolíferos para
reduzir a exposição à
volatilidade do preço e
produção do petróleo.
Vitoria Kuakua salientou
que Angola tem um grande
potencial para tornar-se
uma potência
agroindustrial e para
desenvolver outros
setores, como os
serviços tecnológicos,
que podem criar empregos
nos centros urbanas,
papel que deve ser
liderado pelo sector
privado. Segundo a
responsável, as
estatísticas angolanas
referem que mais de 80%
das empresas são micro,
com menos de cinco
trabalhadores, 60% das
quais no comércio,
metade das quais em
Luanda, frisando que “o
setor privado não está a
desempenhar um papel
suficiente na criação de
bons empregos”.
A vice-presidente para
África do BM realçou que
Angola precisa que novas
tecnologias entrem em
serviço, que cresçam e
se expandam, acelerando
desse modo o crescimento
da produtividade a
criação de emprego e
ligando-as aos mercados
regionais e
internacionais. “Precisa
também de um sector
financeiro sofisticado,
que conceda crédito às
empresas viáveis e aos
empresários talentosos,
oferecendo deste modo
produtos adaptáveis às
micro, pequenas e médias
empresas e às empresas
em fase de arranque”,
referiu.
O documento assinado
entre as partes,
destacou Vitoria Kuakua,
tem como objetivo
aumentar o investimento
privado no crescimento
das micro, pequenas e
médias empresas, de
formas a que sejam
resistentes ao clima e
com foco no corredor do
Lobito, essencial para a
diversificação da
economia, na medida em
que liga o litoral às
zonas agrícolas bem como
aos países vizinhos.
“O seu objectivo visa
catalisar investimentos
públicos e privados em
infraestruturas
produtivas no corredor
do Lobito, através de
parcerias
público-privadas e
investimentos de 100
milhões de dólares em
infraestruturas e de
trabalhos de última
linha, apoiará
igualmente o esforço da
capacidade das empresas
e adoção de tecnologias,
bem como facilitará a
concessão de empréstimos
comerciais a estas
micro, pequenas e médias
empresas, através de
linhas de crédito”,
disse Vitoria Kuakua
sobre a iniciativa que
esperam beneficiar
12.000 empresas.
Por sua vez, o ministro
da Economia e
Planeamento de Angola,
Mário Caetano João,
considerou o Corredor do
Lobito a “próxima
fronteira” da economia
angolana, realçando a
“dinâmica interessante”
pelo lado do setor dos
transportes ao
concessionar a linha
férrea do Corredor do
Lobito a um consórcio,
“que vai trazer uma
outra dinâmica”.
O governante angolano
destacou a participação
da Agência Multilateral
de Garantia de
Investimento do Banco
Mundial no processo de
concessão da linha
férrea do Corredor do
Lobito, ajudando na sua
materialização. “Agora
temos um outro braço do
BM, que é o Banco
Internacional de
Reconstrução e
Desenvolvimento, que vem
agora também apoiar
desta vez o setor
privado e as
infraestruturas
necessárias para darmos
outra dimensão àquilo
que é o Corredor do
Lobito”, frisou.