São Tomé e Príncipe
devia ser o que as
Maurícias
são no Índico - Maria
das Neves

23.06.2023 -
A antiga
primeira-ministra de São
Tomé e Príncipe Maria
das Neves defendeu hoje
que o arquipélago devia
ser "o que as ilhas
Maurícias são para o
Índico", apostando no
turismo diferenciado e
serviços digitais.
"O
arquipélago tem uma
posição estratégica com
um potencial enorme,
pode ser um interface
marítimo e aéreo para a
região do golfo da
Guiné, um destino
turístico exclusivo e
pode desempenhar na
África Central o mesmo
que as Maurícias fazem
no Índico através do
transporte e da
prestação de serviços
digitais", disse a
antiga governante.
Intervindo na sexta
sessão do Fórum
Permanente - Debates da
Lusofonia, em Lisboa, a
antiga líder do
executivo são-tomense
salientou os muitos
desafios que o
arquipélago enfrenta,
apresentando depois um
conjunto de tópicos e
ideias para melhorar o
desenvolvimento
económico e social do
país lusófono.
"Perante os desafios,
São Tomé e Príncipe deve
apostar em turismo de
qualidade, num porto de
águas profundas, na
institucionalização
enquanto praça
financeira
internacional, na
educação e formação
profissional, tentar ser
sede de organizações
regionais e promover o
acordo de livre comércio
para aprofundar a
diversificação
económica", defendeu.
Antes, já Maria das
Neves tinha elencado os
muitos desafios que o
país enfrenta, apontando
a "estagnação económica,
a instabilidade e
incapacidade dos líderes
trabalharem em conjunto"
como alguns dos
principais problemas
estruturais no
arquipélago.
Existe, apontou, "uma
fraca capacitação dos
recursos humanos,
ausência de estratégia
global de
desenvolvimento
associada à deficiente
aplicação da ajuda
externa na modernização
de infraestruturas e
incapacidade técnica
para criar um ambiente
favorável ao setor
privado".
Ainda
assim, concluiu, São
Tomé e Príncipe "é o
país mais próximo do
centro do mundo", pois
tem "latitude e
longitude zero, é uma
posição geopolítica
bastante privilegiada".
"E o potencial do mar é
um ativo importante para
termos um
desenvolvimento nacional
sustentável", rematou.
A
sessão dedicada ao tema
"Desenvolvimento e
Cooperação na África
Lusófona" decorreu no
auditório da União das
Cidades Capitais de
Língua Portuguesa (UCCLA).
MBA // LFS
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