22.11.2021 - A Fundação
Gulbenkian vai apoiar
quatro projetos de
investigação em saúde
nas áreas do cancro,
malária e HIV, em
Angola, Cabo Verde e
Guiné-Bissau, num
investimento de 600 mil
euros, até 2024.
Pamela Borges é a
investigadora
responsável pelo projeto
“Cape Verde Molecular
Biology Laboratory
Implementation”,
desenvolvido no IPO
Porto que será realizado
no Hospital Central da
Praia Dr. Agostinho
Neto, em Cabo Verde.
Este projeto consiste
numa caracterização
clínica, fenótipa e
genética do cancro da
mama das mulheres
cabo-verdianas, com o
objetivo é perceber o
padrão e a subtipagem
molecular, no sentido de
ajudar os médicos a
encontrarem uma
terapêutica mais
eficiente.
Em Angola, no Instituto
Nacional de Investigação
em Saúde /Centro de
Investigação em Saúde de
Angola, serão
desenvolvidos dois
projetos: “Probing the
future of Triple
Artemisinin-based
Combination Therapy in
Angola”, liderado pela
investigadora Cláudia
Fançony, em estágio no
ICVS Univ. Minho, e que
consiste na exploração
das forças opostas que
dois fármacos exercem
num único alvo do
parasita da malária,
suscetíveis de potenciar
mecanismos de
resistência
incompatíveis.
O outro projeto
intitula-se
“Next-generation
sequencing to understand
the HIV-1 transmission
patterns in Angola”, do
investigador Cruz
Sebastião, que esteve no
IHMT-Univ Nova de
Lisboa, e que tem como
objetivo explorar os
padrões de transmissão e
disseminação do VIH,
assim como perceber a
emergência de mutações
de resistência, o
impacto nos esquemas de
tratamento
antirretroviral e o
custo relacionado com o
tratamento de pacientes
com resistência aos
antirretrovirais no
país.
Outro dos projetos
vencedores será
implementado no projeto
Saúde de Bandim na
Guiné-Bissau, e é
liderado por Viriato
M’bana que fez estágio
no IMM. No projeto
“Epidemiological
Association of Burkitt’s
Lymphoma and Malaria in
Guinea-Bissau”, o
investigador quer
perceber como é que a
malária leva ao
aparecimento do cancro,
nomeadamente do linfoma
de Burkitt, um cancro
pediátrico comum nas
zonas endémicas da
malária já que o
mecanismo molecular da
ligação entre a malária
e este tipo de cancro é
ainda desconhecida.
A relevância, a
originalidade, a
qualidade da proposta
apresentada e o impacto
previsível no
desenvolvimento de
capacidades pessoais do
candidato e da
instituição, foram os
critérios tidos em conta
na avaliação.
Os quatro projetos,
selecionados por um júri
internacional, foram os
vencedores do programa
ENVOLVE Ciência PALOP,
iniciativa da Fundação
Calouste Gulbenkian que
teve como objetivo
apoiar o desenvolvimento
de carreiras científicas
em ciências da saúde de
jovens investigadores
dos PALOP na
consolidação das suas
carreiras científicas
nos países de origem,
reforçando os sistemas
científicos.
Os investigadores
referidos estiveram em
Portugal, durante oito
meses, em instituições
científicas que
acolheram o
desenvolvimento dos seus
projetos.